Seja bem-vindo a esse espaço no qual se pretende multiplicar conhecimentos pertinentes ao continente africano e de sua diáspora no Novo Mundo. É reconhecida a necessidade das trocas de saberes e a socialização do conhecimento na área da História, com vistas ao desenvolvimento das atividades de ensino e pesquisa na busca da inclusão de temas que contribuam para a compreensão da multiplicidade das experiências humanas e a criticar estereótipos organicamente naturalizados.



terça-feira, 13 de abril de 2010

Os Panteras Negras


Em 1º abril de 1967, nascia o Partido "Panteras Negras"
Brasília, 02/4/07 - O "Partido Pantera Negra para Auto-defesa", foi um partido negro revolucionário estadunidense, fundado em 1966 em Oakland, na Califórnia, por Huey Newton e Bobby Seale, com o objetivo de patrulhar guetos negros para proteger os residentes dos atos de brutalidade da polícia. *Os Panteras tornaram-se eventualmente um grupo revolucionário marxista que defendia o armamento de todos os negros, a isenção dos negros no pagamento de impostos e de todas as sanções da chamada "América branca", a libertação de todos os negros da cadeia, e o pagamento de compensação aos negros por séculos de exploração branca. Os mais radicais eram a favor da luta armada. O grupo não tinha uma abordagem machista junto as militantes, diferente de outras organizações afro-americanas.No auge do movimento, em meados da década de 1960, os membros dos Panteras Negras passou dos 2.000 integrantes passando a contar com sedes nas principais cidades.
Os Panteras Negras se envolveram em vários conflitos com a polícia nas décadas de 60 e 70, onde aconteciam tiroteios na Califórnia, em Nova Iorque e em Chicago, um desses resultando na prisão de Newton pelo assassinato de um policial. *Na medida que alguns membros do partido eram culpados de atos criminais, o grupo foi sujeitado a uma grande hostilização da polícia que algumas vezes se deu na forma de ataques violentos, dispertando investigações no Congresso sobre as atividades da polícia com relação aos Panteras. Na década de 70, os métodos do partido sofreu uma grande muidança, a utilização da violência deu lugar ao fortalecimento de serviços sociais nas comunidades negras nos EUA e concentração de uma forte política convencional. Isto se deu devido ao partido ter perdido muitos membros e perdido muitos de seus líderes. O fim dos Panteras Negras veio a se confirmar na década de 80.

A LEI MULFORD

Os Panteras Negras estavam se tornando um grupo muito forte e ramificado nos Estados Unidos. Principalmente na sua postura contra a violência policial, onde defendiam pessoas negras de policiais racistas e outros grupos armados. Pressionados por setores conversadores e pelo então governador Ronald Reagan, a Assembléia Legislativa da Califórnia, discutia em agosto de 1970 a aprovação da lei Mulford - que proibiram que os cidadãos pudessem portar armas nas ruas. O projeto era direcionado sob medida para desarmar os Panteras Negras.
Os líderes do grupo Bob Seale e Huey Newton decidiram pacificamente até o prédio da Assembléia californiana e discutir com os deputados estaduais o projeto de lei, expondo seus pontos de vistas e iriam propor emendas ou a não aprovação dele. No comando de 29 militantes, Bob tomou um caminho errado nos corredores do local, e acabou entrando no plenário. Imediatamente favoráveis à proibição, aproveitaram da ocasião para acusá-los de tentar intimidar o Poder Legislativo, pois estavam portando armas naquele local. Todos foram detidos, por seis meses.
O FBI que tinha como diretor o anticomunista e segregacionista Edgard Hoover, enxergou na ocasião uma chance de desqualificar e desmantelar os Panteras Negras. Acusaram a organização de ser subversiva ao Governo Norte-Americano, e acusaram Ângela Davis - nome verdadeiro é Ângela Yvonne Davis, filósofa, militante comunista atuou junto ao SNCC Student Nonviolent Coordinating Committee (Comitê Conjunto de Não Violência dos Estudantes - , de ser uma das mentoras da invasão ao plenário da Assembléia da Califórnia. Ela ainda tentou se esconder, até que fosse provada sua inocência, mas foi capturada pelo FBI e teve que amargar 17 meses na prisão.
Porém neste momento, Ângela Davis já tinha se tornado uma grande liderança feminina negra e aproximadamente 30 minutos após sua detenção na Casa das Mulheres de Detenção, em Nova Iorque, uma multidão de 300 pessoas, foram defronte ao local, prestar-lhe solidariedade e pressionar as autoridades por suas liberdade. Dentro da cela, as outras mulheres lá detidas, também se manifestaram em apoio a ela, numa atitude que assustou inclusive o FBI, devido a popularidade.
Imediatamente foi criado um Movimento Internacional pela Libertação de Ângela Davis e outros líderes dos Black Panthers. Personalidades como o cantor John Lennon, o líder cubano Fidel Castro, os intelectuais Jean Paul Sartre e Jean Genet e inclusive o famoso maestro Leonard Bernstein, que fazia apresentações com a finalidade de arrecadar fundos para financiar o pagamento dos advogados dos acusados. E mesmo Davis, dentro da cela, conseguiu com contribuições de militantes formar uma biblioteca jurídica que usou para ajudar a formular sua defesa nos tribunais.
Seu julgamento foi um dos maiores emocionantes dos Estados Unidos, onde obteve finalmente a sentença de inocência diante da falta de provas do FBI, em junho de 1972. E isso aconteceu mesmo com um júri composto inteiramente por brancos, sendo sete homens e apenas duas mulheres. No mesmo ano foi recebida pelo alto comando do Kremlin, União Soviética, que também participou da campanha internacional pela libertação dela. Em 1980, fez um ato inédito e audacioso - candidatou-se à vice-presidente dos Estados Unidos pelo Partido Comunista.



fonte: http://www.palmares.gov.br
Reportagem e pesquisa: Oscar Henrique Cardoso, ACS/FCP/MinC

3 comentários:

  1. Amiga, já estou seguindo os passos de vocês!!
    Voltarei com mais calma para ler as postagens e dar os meus pitacos! :)

    VIDA LONGA AO EKODIDE!!

    Beijos para todos!

    ResponderExcluir