Seja bem-vindo a esse espaço no qual se pretende multiplicar conhecimentos pertinentes ao continente africano e de sua diáspora no Novo Mundo. É reconhecida a necessidade das trocas de saberes e a socialização do conhecimento na área da História, com vistas ao desenvolvimento das atividades de ensino e pesquisa na busca da inclusão de temas que contribuam para a compreensão da multiplicidade das experiências humanas e a criticar estereótipos organicamente naturalizados.



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

IV Festival de Música, Dança e Cultura Afro-brasileiras

Dirigida por Armando Daudt, a ND Comunicação é uma empresa voltada para a elaboração, produção e divulgação de bens e produtos culturais que tenham a cultura popular brasileira – em especial a cultura afro-descendente – como tema.
Reforçando os objetivos propostos em suas três primeiras edições, a ND Comunicação tem o orgulho de apresentar o IV Festival de Música, Dança e Cultura Afro-brasileiras, que pretende contribuir para a promoção da cultura de raiz afro-brasileira, dando continuidade aos debates sobre integração racial no Brasil de hoje.
O projeto irá apresentar, mais uma vez, um Seminário, espetáculos de música e dança e oficinas culturais, que darão ao público carioca uma mostra da herança cultural que o povo de origem africana legou a nosso país.
O Festival de Música, Dança e Cultura Afro-brasileiras será realizado de 25 a 30 de janeiro de 2011, com ENTRADA FRANCA para todos os eventos. Espera-se que, com o sucesso também de sua quarta edição, o Festival de Música, Dança e Cultura Afro-brasileiras se consolide como o maior festival do gênero e entre definitivamente para o calendário oficial da cidade do Rio de Janeiro.

Programação

Seminário “Inserção e Realidade”

Com o objetivo de discutir a história, a cultura e a realidade dos cidadãos afro-descendentes em nossa sociedade, será realizado o Seminário Inserção e Realidade, no auditório da Academia Brasileira de Letras, no Centro, de 25 a 27 de janeiro, às 17h, com a participação de jornalistas, pesquisadores, personalidades da cultura afro-brasileira e público interessado. O seminário, que terá três mesas-redondas, será coordenado pelo ator e diretor Milton Gonçalves e irá enfocar temas significativos e atuais no contexto da cultura afro-brasileira.

25 de janeiro (terça-feira) - 17h

Mesa: O negro na literatura
Duas configurações caracterizam a presença do negro no processo literário brasileiro: de um lado, a literatura sobre o negro; de outro, a literatura do negro. Na primeira predomina o estereótipo; na segunda a busca de afirmação da identidade cultural. Como se delineiam tais posicionamentos? Haverá uma literatura negra no Brasil? Tal terminologia contribui para a afirmação do direito à diferença ou se constituiria em mais uma artimanha do preconceito? Esta é a matéria mobilizadora das reflexões da presente mesaredonda, que reúne três poetas, dois deles também críticos literários.

1º Palestrante: Domício Proença Filho(Professor e pesquisador em língua portuguesa e literatura brasileira. Doutor em letras pela Universidade Federal de Santa Catarina. Titular de Literatura Brasileira da Universidade Federal Fluminense).

2º Palestrante: Alberto da Costa e Silva(Diplomata, poeta, ensaísta, memorialista e historiador. Membro da Academia Brasileira de Letras. “Intelectual do Ano” pela União Brasileira de Escritores - UBE - 2004).

3º Palestrante: Salgado Maranhão(Poeta e compositor brasileiro, formado em comunicação na PUC (Pontifícia Universidade Católica) do Rio de Janeiro. Prêmio Jabuti (1999).

26 de janeiro (quarta-feira) - 17h

Mesa: Repensando o negro
A dimensão histórica da “questão do negro”; as estratégias principais dos movimentos negros; as metamorfoses do negro, da escravidão à atualidade; a peculiaridade do racismo brasileiro; comparação com os modelos clássicos de racismo; história do negro e história do Brasil: autonomia e fusão; formação das elites negras, no esporte, nas artes, na cultura intelectual, na sociabilidade.

1º Palestrante: Joel Rufino dos Santos(Historiador, professor e escritor. Doutor em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ganhador diversas vezes do Prêmio Jabuti de literatura).

2º Palestrante: Muniz Sodré(Jornalista, sociólogo e tradutor. Professor da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Presidente da Biblioteca Nacional).

3º Palestrante: Carlos Alberto Medeiros(Graduado em Comunicação, Mestre em Ciências Jurídicas e Sociais (UFRJ) e Tradutor. Coordenador Especial de Promoção da Igualdade Racial do Município do Rio de Janeiro).

27 de janeiro (quinta-feira) - 17h

Mesa: O negro e as artes cênicas
Por que continua rara a presença de atores e assuntos cotidianos da comunidade negra na dramaturgia teatral brasileira? Por que, em geral, os papéis representados por negros são papéis de “negros”, e não de cidadãos inseridos na sociedade? Por que os conflitos e problemas atuais dos negros no Brasil raramente são vistos como temas de produções? Qual a posição e a opinião dos autores, diretores, produtores e atores brasileiros sobre as contradições socioraciais em nossa sociedade?

1º Palestrante: Haroldo Costa(Ator, produtor, apresentador, jornalista e diretor de espetáculos musicais. Autor de livros e teses sobre a cultura popular brasileira).

2º Palestrante: Luiz Antônio Pilar(Diretor e Produtor de teatro, cinema e televisão. Formado em direção teatral pela UNIRIO (RJ). Venceu o 13º Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro).

3º Palestrante: Hilton Cobra(Ator e Diretor da “Companhia dos Comuns”. Coordenador do Fórum Nacional de Performance Negra. Foi Diretor do Centro Cultural José Bonifácio, da prefeitura do Rio de Janeiro).

Espetáculos de Música e Dança
O Festival Afro terá apresentações de doze grupos musicais, autênticos representantes da diversidade cultural afro-brasileira, representada por ritmos como samba, jongo, congadas, lundu, afoxé e muitos outros. A direção artística dos espetáculos será do escritor e produtor musical Haroldo Costa, uma das maiores autoridades em matéria de música e cultura afro-brasileira. As apresentações de música e dança serão realizadas no Teatro SESC Ginástico, no Centro, de 27 a 30 de janeiro de 2011, sempre a partir das 19h.

27 de janeiro
Cia. Étnica de Dança Carmen Luz
Caixa Preta
Zé Renato

28 de janeiro
Orquestra de Tambores
Luiza Dionízio
Maurício Tizumba

29 de janeiro
Tambolelê
Nilze Carvalho
João Bosco

30 de janeiro
Grupo de Arte Ilê Ofé
Gabriel Moura
Carioca Samba Jazz

Oficinas Culturais
Como em suas edições anteriores, as oficinas culturais que serão oferecidas no Festival Afro têm o objetivo de promover a aproximação e a interação entre artistas e o público. Nelas, os artistas convidados falarão sobre suas origens, sua cultura e suas influências, além de divulgar o seu trabalho e interagir com o público presente, que poderá participar de “aulas” de música, dança, percussão, pintura, artesanato e outras. As oficinas serão realizadas de 27 a 30 de janeiro de 2011, nos jardins do Museu da República, no Catete.

27 de janeiro
13h - Percussão Afro-Nordestina (Naife Simões)
15h - Dança (Cia. Étnica de Dança Carmen Luz)
17h - Cerâmica Negra (Carolina Amaral)

28 de janeiro
13h - Tradições Mineiras (Mauricio Tizumba)
15h -Capoeira (Prof. Renato)
17h - Fabricação de Instrumentos (MusikFabrik)

29 de janeiro
13h - Roda de Brincantes Festeiros (Juliana Manhães)
15h -Tambores mineiros (Tambolelê)
17h -Arte da Dança Afro (Eliete Miranda)

30 de janeiro
13h - Toque de Tambor (Orquestra de Tambores)
15h - Dança dos Orixás (Ilê Ofé)
17h -Sonoridades e Cantos Afro-Brasileiros (Alba Lirio)

O projeto Festival de Música, Dança e Cultura Afro-brasileiras pretende divulgar para todo o Brasil a noção de uma raça “brasileira”, fruto do pluralismo e da miscigenação, além de popularizar a cultura e as manifestações artísticas nascidas da fundamental contribuição cultural que o povo africano legou ao nosso país.
Fonte: http://www.festivalafro.com.br/festival.htm

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Secretaria da Cultura requalifica museu do Ilê Axé Opô Afonjá: o museu do terreiro será reaberto em fevereiro

Márcio Meirelles, secretário de Cultura do Estado e técnicos da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac/Secult), visitaram, na manhã desta quarta-feira (12), as obras do Museu Ilê Ohun Lailai, no terreiro de candomblé Ilê Axé Opô Afonjá, localizado no bairro do Cabula, em Salvador.
Durante a visita, o secretário Meirelles destacou: “O Afonjá é um patrimônio brasileiro conhecido internacionalmente. Requalificar esse museu, com o restauro de suas peças, é uma prova de que esse governo apoia o povo do candomblé, porque reconhece nesse espaço, um local de valorização da cultura africana e de luta pela cidadania”, disse.
O Museu Ilê Ohun Lailai (Casa das Coisas Antigas, em Yorubá) será reaberto no mês de fevereiro deste ano, e terá o acervo restaurado, tendo mais de 750 peças ligadas aos rituais, ao cotidiano e às figuras importantes da centenária casa.
Inaugurado em 1910 por Eugênia Anna dos Santos, mais conhecida como Mãe Aninha, o Opô Afonjá foi tombado em 2000 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), tornando-se patrimônio histórico e artístico nacional.
Além da fundadora, as quatro ialorixás Mãe Bada, Mãe Senhora, Mãe Ondina e, atualmente, Mãe Stella de Oxossi, estiveram à frente do candomblé de São Gonçalo em seus primeiros 100 anos, preservando todo o legado ancestral.

Fonte: http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhes/detalhes-3/artigo/secretaria-da-cultura-requalifica-museu-do-ile-axe-opo-afonja/

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Um apelo à consciência: os melhores discursos de Martin Luther King

KING, Martin Luther. Um apelo à consciência: os melhores discursos de Martin Luther King. Rio de Janeiro: J. Zahar Ed., 2006. 179 p.
O livro é uma coletânea dos melhores discursos proferidos por Martin Luther King. Cada discurso é precedido por uma breve apresentação de uma personalidade que o presenciou. São discursos emblemáticos do posicionamento de Luther King, não só na questão racial, mas também em relação a democracia e aos direitos civis. Organizados em ordem cronológica, os discursos possibilitam acompanhar a trajetória desse grande líder,
nascido em 15 de janeiro de 1929, em Atlanta, nos Estados Unidos da América, filho de um pastor batista e de mãe professora. Formado em Teologia, mudou-se para Boston onde se casou com Coretta Scott em 1953. Em 1954 tornou-se pastor da igreja batista de Montgomery, Alabama.

Discurso no primeiro Comício da Associação pelo Progresso de Montgomery (1955, Alabama)
Esse discurso é apresentado por Rosa Louise Parks, a passageira negra que foi presa porque se recusou a ceder seu lugar em um ônibus para um homem branco. A prisão de Rosa Louise Parks originou uma série de protestos pacíficos contra a discriminação sofrida pelos negros nos Estados Unidos. Martin Luther King foi o escolhido para presidir a Montgomery Improvement Association (MIA), instituição criada para liderar o boicote dos negros ao transporte público em Montgomery. Nascia ali o movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos.
“Chega a hora em que as pessoas se cansam de ser pisoteadas pelo pé de ferro da opressão. Chega a hora, meus amigos, em que as pessoas se cansam de ser lançadas no abismo da humilhação, onde vivenciam a desolação de um pungente desespero. Chega a hora em que as pessoas se cansam de ser alijadas do brilhante e vívido sol de julho e abandonadas ao frio cortante de um novembro alpino.
Nenhuma cruz arderá em chamas nas paradas de ônibus de Montgomery. Nenhum branco será arrancado de sua casa, levado ao longo de uma estrada distante e linchado por não cooperar. Nenhum de nós se erguerá para desafiar a Constituição de nossa nação. Somente nos reunimos aqui movidos pelo desejo de que o direito prevaleça” (p. 23-26)
O nascimento de uma nova nação (1957, Alabama)
Nesse discurso, Luther King fala da independência de Gana do Império Britânico. O discurso é precedido pela apresentação do Reverendo Leon H. Sullivan.

“Antes de 6 de março de 1957 havia um país conhecido como Costa do Ouro. Esse país, uma colônia do Império Britânico, localizava-se no vasto continente conhecido como África. Tenho certeza que vocês sabem muito sobre a África, esse continente de quase 2 milhões de habitantes que cobre um amplo território. [...]
Vocês também sabem que, ao longo dos séculos, a África tem sido um dos continentes mais explorados da história do mundo. Tem sido o ‘continente negro’. Tem sido o continente a sofrer toda a dor e a aflição que puderam ser reunidas pelas outras nações. E foi esse continente que suportou a escravidão, que suportou tudo de mais indigno, que ganhou vida pela exploração imposta por outras nações.
E esse país, a Costa do Ouro, era uma parte de um extremo continente conhecido como África. [...] Por anos a Costa do Ouro foi explorada, dominada e pisoteada. Os primeiros colonizadores europeus, os portugueses, ali chegaram em 1444 e iniciaram um comércio regular com a população da Costa do Ouro. Inicialmente, em troca do ouro, ofereceram-lhe armas, e munição, e pólvora, e coisas afins. Alguns anos depois no mesmo século XV, foi descoberta a América e, em seguida, as Índias Ocidentais Britânicas. E todas essas crescentes descobertas levaram ao tráfico negreiro.
Lembrem-se de que o tráfico se iniciou na América em 1619. E houve uma grande disputa pelo poder na África. Com o crescimento do tráfico negreiro, chegaram à África e à Costa do Ouro não apenas os portugueses, e os holandeses, e os ingleses. E todas essas nações disputaram entre si o poder sobre a Costa do Ouro, a fim de poderem explorar economicamente essas pessoas e vendê-las como escravas.
Finalmente, em 1850, a Inglaterra venceu e tomou posse de toda a extensão territorial da Costa do Ouro. De 1850 a 6 de março de 1957, a Costa do Ouro foi uma Colônia do Império Britânico. E, como colônia sofreu todas as injustiças, todas as explorações, todas as humilhações que resultam do colonialismo. Mas como toda escravidão, toda a humilhação, como toda exploração, chegou a um ponto em que as pessoas se cansaram.
E essa parece ser a longa lição da história. Parece que há um desejo palpitante, parece que há um desejo interno por liberdade na alma de cada ser humano. E está lá – no início, pode não se manifestar -, mas finalmente irrompe. Os homens percebem que a liberdade é fundamental e que roubar a liberdade de um homem é tirar-lhe a essência de sua humanidade. [...]
E assim essas pessoas se cansaram. Viveram uma longa história. Ainda no princípio, em 1844, os chefes nativos da Costa do Ouro se rebelaram, se uniram e se revoltaram contra o Império Britânico e contra os outros poderes que então dominavam a Costa do Ouro. Eles se revoltaram alegando o desejo de governarem a si mesmos. Mas esses poderes sufocaram, e os britânicos disseram que não os deixariam. [...]
Essa era a luta que há anos vinha sendo travada. E agora chegava a um ponto em que essa pequena nação caminhava para a sua independência. Então vieram a agitação e a resistência, tão constantes que o Império Britânico percebeu que não poderia mais dominar a Costa do Ouro. E aceitaram isso em 6 de março de 1957, aceitaram libertar essa nação. Essa nação não mais seria uma colônia do Império Britânico, seria uma nação soberana dentro da comunidade britânica. Tudo isso aconteceu graças ao protesto firme, à mobilização contínua da parte do primeiro-ministro Kwame Nkrumah e de outros líderes que trabalharam a seu lado e ao lado das massas populares que os apoiavam. [...]
Gana tem algo a nos ensinar. Diz que, em primeiro lugar, o opressor nunca concede voluntariamente a liberdade ao oprimido. Temos que lutar por ela. E se Nkrumah e o povo da Costa do Ouro não se levantassem e resistissem, rebelando contra o sistema, ainda viveriam como uma colônia do Império Britânico. A liberdade jamais é concedida, pois o opressor deseja manter o seu domínio, e jamais abre mão desse domínio voluntariamente. E aí entra a resistência. As classes privilegiadas nunca abrem mão de seus privilégios sem a resistência. [...]
Se não houvesse os abolicionistas na América, brancos e negros igualmente, ainda estaríamos no cativeiro de da escravidão. E então porque houve, em cada período, há sempre aquelas pessoas em cada período da história da humanidade que não se importam de terem seus pescoços cortados, que não se importam de serem perseguidos, discriminados e chutados, porque sabem que a liberdade jamais é concedida, mas vem da contínua mobilização e de persistente revolta por parte daqueles que estão presos ao sistema. Gana nos ensina isso. [...]
Gana nos lembra que a liberdade nunca vem numa bandeja de prata. Nunca é tão fácil. [...] Exige trabalho duro, exige um esforço incomum. Horas de desespero e desapontamento a acompanham. [...]
A estrada da liberdade é uma estrada difícil e dura, que implica sempre recuos temporários. E aqueles que dizem que hoje há mais tensão em Montgomery do que havia antes estão dizendo a verdade. Sempre que se abandona o Egito, enfrenta-se um pouco de tensão, enfrentam-se alguns recuos temporários. Se não os enfrentarmos, jamais sairemos do Egito. Vocês devem lembrar que o período desprovido de tensões, do qual gostamos de lembrar, era um período em que o negro se ajustava de forma complacente à segregação, à discriminação, ao insulto e à exploração. E o período de tensão é o período em que o negro decidiu levantar-se e libertar-se. E essa é a paz que estamos procurando: não uma paz antiga, negativa e ofensiva que é meramente a ausência de tensão, mas uma paz positiva e duradoura, que é a presença de fraternidade e de justiça. E que nunca é conquistada sem esse período temporário de tensão." (p. 31-44)
Deixem-nos votar (1957, Washington)
Discurso apresentado no ato comemorativo do terceiro aniversário da decisão da Suprema Corte de extinção da segregação racial nas escolas públicas dos Estados Unidos. King via no direito de voto a melhor forma dos negros alcançarem seus direitos e nesse discurso conclama as autoridades do sul do país a deixarem os negros votarem. O discurso é apresentado por Walter E. Fauntroy.
“Falamos bastante sobre os nossos direitos, e isso é justo. Proclamamos com orgulho que ¾ da população mundial são formados por pessoas de cor. Temos o privilégio de observar em nossa geração o grande drama da libertação e da independência, como se revela na Ásia e na África. Tudo está de acordo com o trabalho revelador da Providência. Mas devemos assegurar que aceitamos isso com magnitude correta. Não devemos procurar usar a nossa emergente liberdade e o nosso crescente poder para fazer à minoria branca o mesmo que ela nos fez ao longo de tantos séculos. Nosso objetivo não deve ser humilhar ou derrotar o branco. Não devemos nos tornar vítimas de uma filosofia ou da supremacia negra. Deus não está interessado em libertar apenas o negro, o pardo e o amarelo, pois Deus está interessado em libertar toda a raça humana. Devemos trabalhar com determinação para criar uma sociedade, não uma na qual o negro seja superior e os outros homens, inferiores – e vice-versa – mas uma sociedade na qual todos os homens vivam igualmente como irmãos e respeitem a dignidade e o valor da personalidade humana. [...]
Continuem andando. Não diminuam o passo. Sigam com dignidade, e honra, e respeito.
Sei que isso às vezes poderá nos privar do descanso da noite. Poderá causar demissões; poderá causar sofrimento e sacrifício. Pode, até mesmo, causar a morte física de alguns. Mas se a morte física é o preço que alguns deverão pagar para libertar os seus filhos de uma permanente vida de morte psicológica, então nada poderá ser mais cristão. Sigam em frente hoje. Continuem a caminhar em meio aos obstáculos. Continuem a caminhar em meio às montanhas da oposição. Se caminharem com dignidade, quando os livros de história forem escritos no futuro, os historiadores deverão olhar pra trás e dizer: ‘Ali viveu um grande povo. Um povo com negra face e carapinha, mas um povo que injetou um novo significado nas veias da civilização; um povo que se erguer com dignidade e honra, e salvou a civilização ocidental da escuridão profunda; um povo que ofereceu uma nova integridade e uma nova dimensão de amor a nossa civilização’.” (p. 49-54)
Discurso no Comício pela liberdade no Cobo Hall (1963, Michigan)
Apresentado por Aretha e Erma Franklin.
“Há quase cem anos, em 22 de setembro de 1862, para ser exato, Abraham Lincoln, um grande e nobre americano, assinou uma lei que vigoraria a partir de 1º de janeiro de 1863. Esse decreto foi denominado Proclamação da Emancipação e serviu para libertar o negro do cativeiro da escravidão física. Cem anos depois, no entanto, o negro nos Estados Unidos da América ainda não é livre.
Mas agora, como nunca antes, a América é forçada a lidar com esse problema, pois o mundo não nos concede o luxo de uma democracia anêmica. O preço que esta nação deverá pagar pela contínua opressão e exploração do negro ou qualquer outra minoria será o preço de sua própria destruição. Já é tarde. Corre o relógio do destino, e precisamos agir agora, antes que seja tarde demais. [...]
Ninguém em sã consciência gosta de ir para a prisão. Mas se ele nos prender, aceitemos a prisão e transformemos essa masmorra de vergonha em um abrigo de liberdade e dignidade humana.. E mesmo que tentem nos matar, devemos nos apegar a convicção interior de que algumas coisas são tão caras, algumas coisas tão preciosas, algumas coisas são tão definitivamente verdadeiras, que vale a pena morrer por elas. E lhes digo que um homem, se não descobriu por que está disposto a morrer, não merece viver. [...]
A injustiça em um só lugar é uma ameaça à justiça em todos os lugares. Devemos chegar à conclusão de que o problema da injustiça racial é um problema de toda a nação. Nenhuma comunidade deste país pode se gabar de ter as mãos limpas no campo da fraternidade. Aqui no Norte, a diferença é que não há sanções legais como no Sul. Mas aqui há uma discriminação, mais sutil e disfarçada, que se revela de facto em três áreas: emprego, moradia e escolas públicas. E devemos perceber que a segregação de facto no Norte é tão ofensiva quanto a segregação de direito no Sul.
Precisamos também do seu apoio a fim de aprovar a Lei dos Direitos Civis, apresentada pelo presidente. [...]
E não quero passar a impressão de que será fácil. Nenhuma grande conquista social será feita sem perdas individuais. A vitória da fraternidade deixará cicatrizes. Antes da vitória final, alguns de nós serão jogados na prisão. Antes da vitória final, alguns de nós, como Medgar Evers, encontrarão a morte física. Mas se a morte física é o preço que teremos de pagar para libertar os nossos filhos e os nossos irmãos brancos de uma eterna morte psicológica, então nada poderá ser mais redentor. Antes da vitória final, alguns de nós serão mal compreendidos e xingados, mas devemos prosseguir, e com determinação e fé de que esse problema será resolvido.” (p. 59-65)
Eu tenho um sonho (1963, Washington)
Esse é sem dúvidas o seu discurso mais famoso. É apresentado por Dorothy I. Height.

“Há dez décadas, um grande americano, [...] assinou a Proclamação da Emancipação. Esse magnífico decreto surgiu como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que arderam nas chamas da árida injustiça. Ele surgiu como uma aurora de júbilo para pôr fim a longa noite de cativeiro.
Mas cem anos depois, o negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do negro ainda está tristemente debilitada pelas algemas da segregação e pelos grilhões da discriminação. Cem anos depois, o negro vive isolado numa ilha de pobreza em meio a um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o negro ainda vive abandonado nos recantos da sociedade na América, exilado em sua própria terra. Assim, hoje viemos aqui para representar a nossa vergonhosa condição.
E digo-lhes hoje, meus amigos, mesmo diante das dificuldades de hoje e de amanhã, ainda tenho um sonho, um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho de que um dia esta nação se erguerá e experimentará o verdadeiro significado de sua crença: ‘Acreditamos que essas verdades são evidentes, que todos os homens são criados iguais’ (fragmento da Constituição americana).
Eu tenho um sonho de que um dia, nas encostas vermelhas da Geórgia, os filhos dos antigos escravos sentarão ao lado dos filhos dos antigos senhores, à mesa de fraternidade.
Eu tenho um sonho de que um dia até mesmo o estado de Mississipi, um estado sufocado pelo calor da injustiça, sufocado pelo calor da opressão, será um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho de que os meus quatro filhos pequenos viverão um dia numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo do seu caráter. Hoje, eu tenho um sonho.” (p. 73-76)
Elegia às jovens vítimas do atentado à Igreja Batista da Rua 16 (1963, Alabama)
Com apresentação do Reverendo Fred Shuttesworth, esse discurso foi proferido após a morte de quatro meninas em um atentado a bomba da Ku Klux Klan. Nele, King conclama aos ouvintes a se refugiarem na fé cristã como conforto à morte prematura das vítimas.

“Espero que vocês possam encontrar algum conforto na afirmação cristã de que a morte não é o fim. A morte não é o ponto final da grandiosa sentença da vida, mas uma vírgula que a pontua diante de um significado mais sublime. A morte não é um beco sem saída que leva a humanidade a um estado de total anulação, mas uma porta aberta para a vida eterna. Permitam que essa fé audaciosa, que essa invencível suposição, lhes fortaleça nesses dias de provação.
A vida é dura, às vezes tão dura quanto aço temperado. Há momentos difíceis e desesperadores. Como as águas dos rios, a vida tem momentos de seca e de inundação. Como o contínuo ciclo das estações, a vida tem o suave calor dos verões e o frio cortante dos invernos. E se nos mantivermos firmes, descobriremos que Deus está do nosso lado e que Deus pode nos levar da fadiga do desespero ao alívio da esperança e transformar os vales sombrios e desolados nas iluminadas veredas da paz interior.” (p. 83-85)
Discurso de agradecimento ao prêmio Nobel da Paz (1964, Oslo, Noruega)
Apresentado por Dalai Lama.
“Cheguei à conclusão de que esta premiação, que recebo em nome desse movimento, representa um profundo reconhecimento de que a não-violência é a resposta à crucial questão política e moral de nosso tempo – a necessidade de o homem transcender a opressão e a violência sem recorrer à violência e à opressão.” (p. 91-93)
Discurso de encerramento da marcha de Selma a Montgomery (1965, Alabama)
Apresentado por John Lewis. Nesse discurso Luther King clama para que os negros tenham direito a voto não contemplado pela Lei dos Direitos Civis de 1964.
"A Lei dos Direitos Civis de 1964 deu aos negros parte de uma devida diginidade mas, sem o direito ao voto, era essa uma dignidade sem força. [...]
Toda a nossa campanha no Alabama se concentrou no direito ao voto. Hoje, ao chamar a atenção da nação e do mundo para a negação desse direito, expomos as verdadeiras raízes - as raízes mais profundas - da segregação racial nos estados do Sul. O costume da segregação racial não surgiu como consequência natural do ódio entre as raças, logo após a Guerra Civil. Naquela época, não havia leis segregacionistas. [...] A segregação entre raças foi, na realidade, uma estratégia política dos concorrentes conservadores sulistas, que desejavam dividir as massas e baratear a mão-de-obra. [...]
Ao fim do período da Reconstrução, algo extremamente importante aconteceu. Surgiu ali o que ficou conhecido como o Movimento Populista. Os líderes desse movimento começaram a despertar as massas de brancos pobres e os ex-escravos para o fato deles estarem sendo explorados pelos conservadores emergentes. Mas isso não foi tudo, pois esse movimento começou a unir as massas de brancos e negros em um bloco eleitoral que ameaçava alijar do poder no Sul os interesses conservadores. [...]
Para fazer frente a essa ameaça, os aristocratas sulistas imediatamente começaram a arquitetar o desenvolvimento de uma sociedade segregacionista. [...] Por meio do controle dos meios de comunicação, eles ressuscitaram a doutrina da supremacia branca, com a qual bombardearam a mente das massas de brancos pobres, afastando do seu pensamento o real problema envolvido no Movimento Populista. Dirigiram, então, a consolidação de leis que tornavam crime, nos códigos sulistas, a igualdade ampla e irrestrita de negros e brancos. E foi esse o fim. Isso abalou e, finalmente, destruiu o Movimento Populista do século XIX. [...]
Assim, a ameaça do livre exercício do voto pelas massas de negros e brancos resultou no estabelecimento de uma sociedade segregacionista. [...]
Marcharemos sobre as urnas eleitorais até que a fraternidade se torne mais que uma palavra sem significado numa prece incial, a ordem do dia em qualquer agenda política. [...]
É a normalidade em todo o país que deixa o negro definhar em uma ilha de pobreza em meio a um vasto oceano de prosperidade material. É a normalidade em todo o Alabama que impede que o negro se registre como eleitor. Não, não permitiremos que o Alabama volte à normalidade. [...]
Á única normalidade que aceitaremos é a normalidade que permita que a justiça corra como as águas, e que a virtude seja uma corrente poderosa. A única normalidade que aceitaremos é a normalidade da fraternidade, a normalidade da paz verdadeira, a normalidade da justiça." (p. 101-109)
Além do Vietnã (1967, Nova York)
 Apresentado pelo Embaixador George McGovern. Nesse discurso, Luther King posiciona-se contra a Guerra do Vietnã.
"De algum modo essa loucura tem que acabar. E tem que acabar agora. Falo como filho de Deus e irmão dos pobres sofredores do Vietnã. Falo por aqueles cujas terras estão sendo devastadas, cujas casas estão sendo destruídas, cuja cultura está sendo subvertida. Falo pelos pobres da América que estão pagando dobrado, com as esperanaças esmagadas em casa e com a morte e a corrupção no Vietnã. Falo como cidadão do mundo, em nome do mundo que se horroriza com o caminho que escolhemos. Falo como um amante da América, para os líderes de nossa nação: fomos os principais responsáveis pelo início dessa guerra, cabe a nós a iniciativa de encerrá-la. [...]
Ainda temos uma escolha hoje: a coexistência não-violenta ou a aniquilação violenta. Devemos passar da indecisão à ação. Devemos encontrar outros meios de falar pela paz no Vietnã e pela justiça em todo o mundo desenvolvido, um mundo que faça fronteira com as nossas portas. Se não agirmos, seremos certalmente arrastados pelos longos, escuros e vergonhosos corredores do tempo, reservados àqueles que possuem poder sem compaixãp, vigor sem moralidade e força sem visão." (p. 117-132)
E agora, para onde vamos? (1967, Geórgia)
Apresentado por Edward M. Kennedy. Martin Luther King faz revisão do caminho trilhado pela Conferência de Liderança Cristã do Sul (SCLC) - que reunia organizações de protesto locais -, nos seus dez anos de existência: as conquistas e o caminho a seguir.
"E quando a nossa organização se formou há dez anos, a segregação racial ainda era um dos alicerces da arquitetura da sociedade sulista. [...] Dez anos atrás, negros demais ainda eram atormentados durante o dia e assombrados à noite por um corrosivo sentimento  de medo e uma incômoda sensação de insignificância.
Agora, no entanto, as coisas mudaram. Investida após investida, levamos as decadentes muralhas da segregação ao desmoronamento. Ao longo deste período todo o edifício da segregação foi profundamente abalado. Essa é uma conquista cujas consequências são sentidas a fundo por todo negro sulista em seu cotidiano. [...] Nesta década de mudanças, o negro ergueu-se e enfrentou o seu opressor. [...] De peito aberto, postou-se diante de multidões cruéis; com força e dignidade, marchou em sua direção; e, com firmeza as derrotou. [...] O negro saiu dessa batalha apenas levemente integrado à sociedade, mas profundamente integrado a si mesmo. Essa era uma vitória que tinha de preceder todas as outras conquistas.
Em resumo, nos últimos dez anos, o negro decidiu erguer a cabeça, percebendo que ninguém montará em suas costas a não ser que se curve. Fizemos com que o nosso governo redigisse novas leis que alterassem algumas das injustiças mais cruéis que nos afetavam. Fizemos com que uma nação indiferente e desdenhosa abandonasse a letargia e intimamos a sua consciência a aparecer diante do tribunal da moralidade em tudo o que diz respeito aos direitos civis. Nos tornamos humanos nesta nação que sempre nos chamou de 'moleques'. Seria realmente hipócrita se a modéstia me impedisse de dizer que a SCLC esteve na vanguarda de todas as ações fundamentais para o Sul. Por isso, o nosso orgulho é legítimo. Mas, apesar de uma década de significativo progresso, estamos longe de solucionarmos esse problema. O profundo murmúrio de descontentamento em nossas cidades revela que a planta da liberdade germinou, mas ainda não floresceu. [...]
Com toda a luta e todas as conqusitas, devemos, no entanto, encarar o fato de que o negro ainda vive nos subterrâneos da grande sociedade. Ele ainda está por baixo, apesar de alguns terem ascendido a níveis levemente superiores. Poucos negros têm acesso à oportunidade de ascensão social, mesmo nos locais em que a porta foi forçada a entreabrir-se. Em geral estão no fundo do poço e, quando conseguem se erguer, não encontram lugar no topo. Consequentemente, o negro ainda é um estranho empobrecido numa sociedade emergente. Ele é pobre demais até mesmo para acompanhar o crescimento dessa sociedade, empobrecido demais pelo tempo para ascender por meio de seus próprios esforços. Mas o negro não se pôs nessa situação; ela lhe foi imposta. No decorrer de mais da metade da história americana, ele foi escravizado. No entanto, construiu as largas pontes e as grandiosas mansões, os robustos estaleiros e as sólidas fábricas do Sul. Seu trabalho assalariado tornou o algodão 'rei' e estabeleceu a América como uma importante nação no comércio internacional. Mesmo após a libertação dos grilhões da escravidão, a nação avançou sobre o negro e o sufocou. A nação se tornou a mais rica e poderosa sociedade da história do homem, mas deixou o negro para trás. [...]
Mas para responder à pergunta 'E agora, para onde vamos?', nosso tema de hoje, temos em primeiro lugar, de reconhecer sinceramente onde nos encontramos agora. Quando a Constituição foi escrita, uma estranha fórmula para calcular os impostos e a representatividade política determinou que o negro valia 60% de uma pessoa. Hoje outra fórmula curiosa declara que ele vale 50% de uma pessoa. As boas coisas da vida, o negro as recebe pela metade, quando comparado ao branco. As ruins recebem em dobro. Assim, metade de toda a população negra vive em habitações degradantes. O salário do negro equivale à metade do rendimento do branco. Quando nos voltamos para as experiências negativas da vida, o negro tem a sua parte em dobro: eles são o dobro em número de desempregados, a taxa de mortalidade infantil entre negros é o dobro dos brancos; e, em relação ao total da população, o número de negros que morrem no Vietnã é o dobro dos brancos.
Em outras esferas, os números são igualmente alarmantes. [...] Apenas um em cada vinte negros ingressa na faculdade. Entre os negros empregados, 75% exercem trabalhos subaltrnos. É esse o ponto em que nos encontramos.
E agora para onde vamos? Primeiro, devemos afirmar com veemência a nossa diginidade e o nosso valor. Devemos nos levantar em meio a um sistema que nos oprime e desenvolver um inabalável e majestoso senso de valores. Não mais nos envergonharemos de sermos negros. O trabalho de despertar a humanidade no interior de pessoas que ao longo dos séculos foram completamente anuladas não é fácil.
[...] O negro só será livre quando atingir as profundezas de seu ser e assinar, com a pena e a tinta de sua humanidade, a sua própria proclamação de antecipação. E com um espírito voltado para a verdadeira autoestima, o negro pode corajosamente desvencilhar-se dos grilhões da autonegação e dizer a si mesmo e ao mundo: 'Eu sou alguém. Eu sou uma pessoa. Eu sou um homem digno e honrado. Tenho uma história rica e nobre, mesmo que essa história tenha sido de dor e exploração. Sim, meus antepassados foram escravos, e não me envergonho disso. Tenho vergonha daqueles pecadores que os escravizaram'. Sim, sim, devemos nos levantar e dizer: 'Eu sou negro, mas sou negro e belo'. [...]
Agora outro desafio é descobrir como transformar a nossa força em poder econômico e político. Agora, ninguém pode negar que o negro está terrivelmente necessitado desse legítimo poder. De fato, um dos principais problemas que o negro enfrenta é a falta de poder. [...] Despido do direito de tomar decisões que concernem à sua vida e ao seu destino, ficou sujeito a decisões autoritárias e, às vezes, caprichosas da estrutura do poder branco. [...]
O que precisamos é de uma estratégia de mudança, um programa de ações que trará o negro para o centro da vida americana o mais rápido possível. [...]
Quando digo que devemos questionar toda a sociedade, quero dizer que, em última instância, devemos perceber que o problema do racismo, que o problema da exploração econômica e o problema da guerra estão relacionados. [...]
Em outras palavras, 'Toda estrutura deve ser modificada'. Uma nação que mantém um povo escravo por 244 anos irá 'coisificá-lo' e usá-lo. E, assim, explorará os escravos e os pobres economicamente. E uma nação que explora economicamente precisará de investimentos externos e tudo o mais, e precisará usar a sua força militar para se proteger. Todos esses problemas estão relacionados. [...]
E devo confessar, meus amigos, que a estrada adiante não será suave. Haverá lugares pedregosos de frustração e sinuosos caminhos de perplexidade. Haverá inevitáveis reveses, aqui e ali. E haverá momentos em que a leveza da esperança se transformará na fadiga do desespero. Os nossos sonhos serão às vezes despedaçados e as nossas esperanças etéreas arruinadas. Ficaremos novamente, com os olhos marejados, diante do caixão de algum corajoso ativista dos direitos civis cuja vida será apagada por um ato covarde de uma multidão sanguinária. Mas aceitaremos a dificuldade e a dor como são; devemos caminhar em direção aos dias que virão com uma fé audaciosa no futuro." (p. 139-155)

Eu estive no topo da montanha (1968, Tennessee)
Tem a apresentação de Andrew Young. Foi o último discurso de Luther King - que ele fez sem recorrer a anotações - onde demonstra pressentir que o fim estaria próximo. No dia seguinte seria assassinado, aos 39 anos, com um tiro enquanto estava na varanda do hotel em que estava hospedado.
"Estou encantado de vê-los todos aqui nesta noite, apesar do alerta de tempestade. Isso revela a sua determinação para prosseguir, sob quaisquer circunstâncias. Algo está acontecendo em Menphis, algo está acontecendo no mundo. [...]
Se algo não for feito com urgência para tirar os povos de cor de todo o mundo de seus longos anos de pobreza, longos anos de dor e negligência, todo o mundo estará condenado. Por isso, estou muito feliz que Deus tenha permitido que eu viva nesta época, para testemunhar esses acontecimentos. Estou feliz que Ele tenha me permitido estar em Menphis.
Precisamos nos manter unidos e manter a unidade. Vocês sabem, sempre que o faraó desejava prolongar o período de escravidão no Egito, ele usava a sua fórmula favorita. Qual era? Ele mantinha os escravos em luta entre si. Mas sempre que os escravos se uniam, algo acontecia na corte do faraó e ele não podia manter os escravos no cativeiro. A união dos escravos foi o primeiro passo para a saída do cativeiro. Hoje, fiquemos unidos.
As questões devem ser mantidas em seus devidos lugares, e a questão agora é a injustiça. A questão é a recusa de Menphis em ser uma cidade justa e honesta ao lidar com os servidores da limpeza pública. [...]
Agora marcharemos novamente e devemos marchar novamente a fim de pôr essa questão em seu devido lugar. Faremos com que todos vejam que há aqui 1.300 filhos de Deus que sofrem, atravessando noites escuras e sombrias, pensando como tudo isso vai acabar. Eis a questão. E precisamos dizer à nação: sabemos como isso vai terminar. Pois, quando as pessoas desejam se sacrificar por aquilo que é justo, elas só se encontrarão com a vitória. [...]
Devemos lutar até o fim. Nada poderia ser mais trágico do que pararmos a esta altura em Menphis. Precisamos seguir até o fim. E, durante a nossa marcha, vocês precisam estar lá. Se necessário, faltem ao trabalho; se necessário, faltem à escola; mas estejam lá. Preocupem-se com o seu irmão. Vocês podem não estar em greve, mas venceremos todos juntos ou juntos seremos derrotados. Precisamos desenvolver um tipo perigoso de altruísmo. [...]
Sempre que homens e mulheres ficam de pé, eles vão a algum lugar, pois ninguém poderá montar-lhes as costas a menos que se curvem. [...]
Não sei o que acontecerá agora. Dias difíceis virão. Mas não me importo. Pois eu estive no topo da montanha. E não me importo. Como qualquer pessoa, gostaria de viver uma vida longa. A longevidade tem seu lugar. Mas não me preocupo com isso agora. Apenas desejo obedecer aos desígnios de Deus. E Ele me levou ao topo da montanha, olhei ao redor e contemplei a Terra Prometida. Posso não alcançá-la, mas quero que saibam, que nós, como povo, chegaremos à Terra Prometida. Estou tão feliz; não me preocupo com nada; não temo homem algum. Meus olhos viram a glória da presença do Senhor." (p. 163-171)
Considerações finais

Martin Luther King ficou famoso por pregar a não violência e pelos seus discursos que até hoje emocionam. Em um caminho permeado de agressividade, violência e ameaças de morte, ele sempre optou pela tática da não-violência, seguindo os ensinamentos de Gandhi. Seus discursos são famosos até hoje por isso, a cada ataque que sofria, King respondia com afeto, mas com determinação, não cogitou abandonar a luta mesmo sabendo que isso custaria a sua vida. Influenciou muitos líderes ao redor do mundo e no Brasil não foi diferente.
Deixou-nos um ensinamento de que não devemos pedir, mas exigir os nossos direitos. Nossa luta deve ser, como tem sido, com palavras e ações e não com agressão e violência. E quando tudo parecer difícil demais devemos lembrar de suas sábias palavras: “a liberdade nunca vem numa bandeja de prata”.
A partir da leitura de seus discursos somos transportados para uma época não muito distante dos grandes conflitos raciais nos Estados Unidos e refletimos sobre a sua importância da sua liderança para o fim da segregação legal nos Estados Unidos e nas conquistas dos direitos civis.
Recomendamos a leitura do livro para aqueles que já conhecem profundamente a biografia de Martin Luther King e também para iniciantes, pois a leitura dos discursos com certeza provocará uma curiosidade maior sobre o grande líder da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Pambazuka Newsmídia 35: Mídia Brasileira em África

O reconhecido semanário eletrônico e plataforma para justiça social em África
Pambazuka News (Edição Português): ISSN 1757-6504
Pambazuka News é o reconhecido semanário eletrônico e plataforma para justiça social em África com comentários afiados e profundas análises sobre política e assuntos contemporâneos, desenvolvimento, direitos humanos, refugiados, questões de gênero e cultura em África.
Para visualizar na web, vá para http://www.pambazuka.org/pt/

Destaques desta edição

POR UMA ÁFRICA LIBERTA, TAMBÉM, DE PREDADORES AFRICANOS
Luíz Araújo

“Não se pode ser tolerante para com os intolerantes”. Laurent Gbagbo e os seus apoiantes têm sido intolerantes, têm violado os princípios e valores que nos nossos dias sustentam a paz nacional e internacional socorrendo-se dos argumentos da violência e da chantagem.
http://www.pambazuka.org/pt/category/action/69963

TELEVISÃO BRASILEIRA EM MOÇAMBIQUE
Marilio Wane

Marilio Wane destaca neste artigo a relação perversa entre a televisão brasileira e o projeto neoimperialoista do Brasil frente a países africanos. Em certa medida, a mídia brasileira funciona como um braço da política externa brasileira em África. Nesse sentido, esta relação se coloca muito problemática devido ao caráter racista da imprensa brasileira. De acordo com o autor, "a recente afirmação do Brasil como potência emergente no cenário político mundial coloca o país em novas posições na hierarquia da geopolítica contemporânea. Dentre tantas faces através das quais se revela este fenômeno, uma delas é de particular interesse para aqueles que procuram identificar novas interconexões e fluxos humanos no ambiente cultural globalizado: a projeção hegemônica sobre países africanos, especialmente os de língua oficial portuguesa". Vejamos, pois, como o autor desenvolve seus argumentos.
http://www.pambazuka.org/pt/category/features/69772

RACISMO NO BRASIL PELA VOZ DO EMBAIXADOR DE CABO VERDE
Danniel Pereira

Neste artigo, o embaixador de Cabo Verde no Brasil, Daniel Pereira, conta a discriminação que a filha Débora passa no colégio de Brasília. O caso foi usado como exemplo num artigo publicado no Correio Braziliense a propósito do lançamento da Campanha Nacional sobre o Impacto do Racismo na Infância e na Adolescência no Brasil. Deixemos-lhe o texto aqui, na íntegra.
http://www.pambazuka.org/pt/category/comment/69773

OS PRIMEIROS SILÊNCIOS
Deonísio da Silva

O Brasil acabou de eleger a primeira mulher presidenta, alguém com uma história de luta na esquerda, porém, neste artigo, Silva analisa os primeiros silêncios do governo Dilma, embora este seja promissor de uma determinada continuidade social e liberal.
http://www.pambazuka.org/pt/category/comment/69962

BRASIL: O FESMAN DE ZULú ARAúJO*
Cristiano Lima

O III Festival MUNDIAL de Arte Negra - FESMAN está acontecendo em Dakar - Senegal, desde o dia 10 e vai até o dia 31/12, essa edição acontece com muito esforço e equívocos do Governo local, devido a fatores diversos teve alterada sua realização diversas vezes após seu lançamento para o Brasil em evento na Bahia. Foi também em Dakar que aconteceu a sua primeira edição ainda no ano de 1966, no momento histórico de surgimento de um País independente, com a voz de uma nova África, dona do seu destino. O festival sempre foi palco de diversas manifestações, não só artísticas mas políticas, foi lá que Abdias do Nascimento denunciou o racismo velado do Brasil, a farsa da democracia racial.
http://www.pambazuka.org/pt/category/comment/69985

Sumário da Edição Inglês
PAMBAZUKA NEWS 511

Eleições na Costa do Marfim: crônicas de uma falha anunciada
Pierre Sané
http://pambazuka.org/en/category/features/69838

Enquanto a crise pós-eleitoral na Costa do Marfim continua, Pierre Sané discute as circunstancias que levaram a contestação dos resultados das eleições e ressalta a necessidade de o país ser deixado a resolver seus próprios problemas.

CABO VERDE: FAMíLIA E ARTISTAS APELAM AO ESTUDO DE NORBERTO TAVARES
http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article60095&ak=1

Terminou a jornada de um “badiu”, o homem que durante 35 anos deu a volta ao mundo, empunhando a música e Cabo Verde como bandeiras. Sempre. Norberto Tavares voltou domingo, 2 de Janeiro de 2011 à Fonte..., onde nasceu no dia 6 de Junho de 1956. À sua terra da esperança, que é Assomada, é Cabo Verde. E fica a alma do Homem na sua vastíssima obra que a família quer ver preservada, para servir as futuras gerações.

MOÇAMBIQUE: MORREU O PINTOR MOÇAMBICANO MALANGATANA
http://www.publico.pt/Cultura/morreu-o-pintor-malangatana_1473653?all=1

O pintor moçambicano Malangatana morreu aos 74 anos, esta madrugada, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, vítima de doença prolongada, segundo a direcção do hospital. O pintor, de 74 anos, encontrava-se internado há vários dias naquele estabelecimento hospitalar. Malangatana vendeu os primeiros quadros há 50 anos e com o dinheiro arranjou uma casa e foi buscar a família para Maputo. Meio século depois, morreu um homem do mundo, um amigo de Portugal e um dos moçambicanos mais famosos.

Blog da África
MOÇAMBIQUE: O QUE É MOÇAMBIQUE, QUEM SÃO OS MOÇAMBICANOS?
Carlos Serra
http://oficinadesociologia.blogspot.com/2011/01/o-que-e-mocambique-quem-sao-os_07.html
De facto, sempre que lutou contra um Estado ou um Império, o colonizador pôde tirar partido da cooptação entre múltiplos actores, ambições e ressentimentos - muitas vezes de natureza etno-política - jamais anulados pela força militar e administrativa da facção aristocrática dirigente.

Sumário da Edição Francês
PAMBAZUKA NEWS 173 : OLHARES AFRICANOS SOBRE A SITUAÇÃO NA COSTA DO MARFIM

As eleições na Costa do Marfim: crônica de uma falha anunciada.
Pierre Sané
http://pambazuka.org/fr/category/features/69916

Se a Costa do Marfim está hoje em dia num impasse que risca chegar a um conflito armado com consequencias terríveis para o país e para toda a subregião, o caminho foi bem balizado para chegar a tal situação. Pierre Sané releva três erros no processo eleitoral. Pierre Sané discute as circunstancias que levaram a contestação dos resultados das eleições e ressalta a necessidade de o país ser deixado a resolver seus próprios problemas.

GLOBAL: ONU DENUNCIA AUMENTO DE VIOLÊNCIA SEXUAL NO CONGO, NA COSTA DO MARFIM E NO HAITI
http://tinyurl.com/25ayj8z

A Organização das Nações Unidas (ONU) alerta para o aumento das denúncias de casos de violência sexual em países que vivem situação de conflito, como o Congo e a Costa do Marfim, na África, e o Haiti, no Caribe. A representante especial da ONU na área de violência sexual em conflitos, Margot Wallström, apelou para que as autoridades públicas redobrem a atenção em torno das acusações. Wallström disse que a violência sexual é usada como “arma tática de guerra” e que a impunidade “não pode mais ser tolerada”. “[Além do Congo] também estou preocupada com a violência no Haiti e na Costa do Marfim, com o uso da violência sexual como arma tática de guerra ou a fim de espalhar o terror contra os opositores políticos é inaceitável”, disse ela.

ANGOLA: DESEMBARQUES DE IMIGRANTES CLANDESTINOS PREOCUPAM AS AUTORIDADES
http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=29045&catogory=Angola

A Polícia Nacional angolana impediu no último fim-de-semana a entrada ilegal mais de 50 cidadãos estrangeiros, oriundos da África Ocidental, que procuravam entrar no país de barco a norte de Luanda. Até ao início da noite de domingo, foram detidos 52 cidadãos provenientes da Guiné-Bissau, Mauritânia, Chade, República do Congo, Costa do Marfim, Gabão, Mali, Serra Leoa, República Democrática do Congo e Gâmbia.

LIBÉRIA: ACNUR ACELERA DISTRIBUIÇÃO DE AJUDA HUMANITÁRIA PARA REFUGIADOS
http://www.acnur.org/t3/portugues/noticias/noticia/liberia-acnur-acelera-distribuicao-de-ajuda-humanitaria-para-refugiados/

SACLEPEA, Libéria, 4 de janeiro (ACNUR) – O ACNUR está expandindo a distribuição de ajuda humanitária para os atuais 22 mil refugiados marfinenses que fugiram para a Libéria com o aumento da tensão pós-eleitoral na Costa do Marfim. A maioria, composta por mulheres e crianças, é oriunda da região oeste do país e necessita urgentemente de comida, abrigo e água potável – recursos estes que estão em falta nas 23 vilas que receberam os refugiados no município de Nimba, na Libéria, aonde continuam chegando.

ANGOLA: UíGE TRANSFORMADA EM FEIRA ARTíSTICA
http://jornaldeangola.sapo.ao/17/0/uige_transformada_em_feira_artistica

Mais de 60 expositores, entre artesãos, oleiros, músicos, escritores e artistas plásticos transformaram, no sábado, Dia da Cultura Nacional, a Praça da Independência do Uíge na maior feira de produtos artísticos nacionais e de medicamentos tradicionais. Os 64 agentes culturais expuseram aos visitantes o potencial cultural e a criatividade dos artistas da região.
A ministra da Cultura, que inaugurou a Feira de Arte e Cultura, mostrou-se bastante impressionada com os produtos expostos, particularmente com a máquina artesanal para o fabrico de adobes, material muito utilizado na construção de casas na regia, inventada por Afonso João.

CABO VERDE: CANDIDATOS ENFRENTAM-SE A PARTIR DO DIA 14 DE JANEIRO NA TCV
http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article60039&ak=1

A partir do dia 14 de Janeiro, às 21 horas, os cabo-verdianos poderão acompanhar uma série de três debates entre os principais candidatos às eleições legislativas de 6 de Fevereiro.O confronto vai ser transmitido em directo e em simultâneo pela Rádio de Cabo Verde (RC V) e pela Televisão Cabo Verde (TCV), conforme sugeriu os próprios partidos. O Director da TCV, Álvaro Ludgero, informa que os debates entre os principais líderes dos partidos, com excepção do Partido Social Democrata (PSD), de João Além, começam no dia 14 de Janeiro (próxima sexta-feira) com o confronto entre José Maria Neves (PAICV), Carlos Veiga (MpD), António Monteiro (UCID) e João Rosário (PTS).

SUDANESES ENCARAM FILA PARA VOTAR NO SEGUNDO DIA DE REFERENDO
http://tinyurl.com/268jlw7

Milhares de sudaneses do sul esperavam em longas filas na manhã desta segunda-feira (10) para votar no referendo que determinará a independência de sua região, cujos trabalhos foram abertos no domingo e vão até o próximo sábado. Na universidade de Juba, capital do Sudão do Sul, milhares de eleitores aguardavam pacientemente do lado de fora das mesas de votação. Muitos passaram a noite na fila.

SUDÃO: PRESIDENTE SUDANÊS DESDRAMATIZA EVENTUAL DIVISÃO DO PAíS
http://www.africa21digital.com/noticia.kmf?cod=11273718&indice=0&canal=401

Cartum – O Presidente do Sudão, Omar Al-Bashir, afirmou que a eventual secessão do Sudão Sul, após o referendo de autodeterminação de domingo, não significa o fim de uma revolução que ele dirigiu desde 1989. "Será um estimulante para o prosseguimento da aplicação da lei islâmica, a Charia, com a infelificidade dos nossos detratores", declarou o líder sudanês durante uma cerimónia de inauguração de uma nova ponte construída por empresas turcas em Cartum. Segundo as primeiras indicações, as populações do Sudão Sul vão provavelmente votar pela sua separação do país.

SUDÃO: INíCIO POSITIVO PARA REFERENDO DO SUL DO SUDÃO
http://tinyurl.com/2fhoc2n

No Sudão está a decorrer desde domingo o referendo sobre a independência do Sul em relação ao Norte. A votação foi alvo de uma adesão em larga escala. Os sudaneses do Sul do Sudão, que residem no norte do país, também votaram mas o ambiente foi mais contido.

SUDÃO: EMANCIPAÇÃO DO SUL VAI CRIAR INSTABILIDADE NO SUDÃO, DIZ BASHIR
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/01/emancipacao-do-sul-vai-criar-instabilidade-no-sudao-diz-bashir.html

O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, afirmou que o sul do país vai atravessar um período de instabilidade, caso decida se separar do norte no referendo que começa neste domingo (8).
Em entrevista à rede de televisão al-Jazeera, ele disse que o sul sudanês não seria capaz de formar um Estado estável nem sustentar os seus cidadãos.
O repórter da BBC em Cartum, James Copnall, afirmou que os comentários de Bashir devem irritar o SPLM, o partido de ex-rebeldes que governa o sul desde o fim da guerra civil, em 2005.
Neste sábado, aconteceram os últimos comícios antes do referendo. A expectativa é de uma vitória acachapante do 'sim', criando o mais recente país do mundo.

NIGERIA: OBASANJO OPTIMISTA FACE À COSTA DO MARFIM
http://tinyurl.com/2btwz2y

O antigo Presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo, afirma que está optimista e que é possível alcançar uma solução para a crise política na Costa do Marfim. Obasanjo falava durante uma visita a Abidjan, depois de dois dias de conversações com o Presidente Laurent Gbagbo e o seu rival Alassane Ouattara.

ÁFRICA DO SUL: ÁFRICA DO SUL É A PARTIR DE HOJE A VOZ DO CONTINENTE AFRICANO NO CONSELHO DE SEGURANÇA
http://tinyurl.com/2dacmoc

Para a ministra sul-africana das Relações Exteriores, Maité Nkoana-Mashabane, o seu país "está empenhado em contribuir para os trabalhos do Conselho em manter a paz e a segurança internacionais, especialmente em África, e na melhoria das condições de vida de todos os povos". Pela segunda vez (a primeira foi em 2007/2008), Pretória é a portadora dos anseios e necessidades particulares dos africanos num fórum internacional dotado de poderes para influenciar processos políticos e intervir em zonas de atrito e conflito no mundo inteiro, uma responsabilidade que os responsáveis políticos sul-africanos assumem sem ambiguidades apesar de alguma controvérsia gerada em torno do seu primeiro mandato no Conselho de Segurança.

ANGOLA: CENSO DA POPULAÇÃO SERÁ EM 2013
http://www.ibinda.com/noticias.php?noticia=6881

Luanda - O ministro da Administração do Território angolano, anunciou esta terça-feira, que o censo geral da população angolana deverá ser realizado em 2013. A informação foi adiantada esta terça-feira, na aldeia de Teka dia Kinda, em Malanje, pelo ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, quando presidia, em representação do Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, ao acto central das comemorações do Dia dos Mártires da Repressão Colonial, assinalado ontem em todo o território nacional.

CABO VERDE: RIBEIRA GRENDE DE SANTIAGO E RIBEIRA GRANDE DE SANTO ANTÃO VÃO GEMINAR-SE
http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=29053&catogory=Cabo%20Verde

Ribeira Grande de Santiago e Ribeira Grande de Santo Antão vão geminar-se. O acordo de geminação deverá ser assinado este mês de Janeiro, porventura no decorrer das Festas do Santo Nome de Jesus, na Cidade Velha. Com este acordo fecha-se o “circuito Ribeira Grande”, uma vez que os dois Municípios cabo-verdianos já são geminados com a Ribeira Grande da ilha de S. Miguel, Região Autónoma dos Açores, Portugal.

GUINÉ BISSAU: GOVERNO DO BRASIL VAI CONSTRUIR LABORATóRIO PARA TRATAMENTO DA TUBERCULOSE
http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=28940&catogory=S%20Tom%E9%20e%20Pr%EDncipe

O Governo brasileiro vai construir, no principal hospital de São Tomé, Ayres de Menezes, "um laboratório de referência" para o diagnóstico e tratamento da tuberculose, avaliado em mais de 1,3 milhões de dólares (980 mil euros). Os dois governos assinaram um acordo para o efeito na quinta-feira, no Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidades são-tomense. O acordo define todo o primeiro semestre de 2011 como período para conclusão das obras e apetrechamento em materiais e equipamentos e capacitação dos quadros para trabalharem nesse novo laboratório. "Fazemos votos para que ele seja tão bem sucedido como os demais projetos que compõem a extensa pauta da cooperação rasileira", disse Artur Mayer, embaixador brasileiro acreditado em São Tomé e Príncipe e signatário do acordo pela parte brasileira.

GUINÉ BISSAU: REAFIRMA ANGOLA DISPOSIÇÃO DE AJUDAR A GUINÉ BISSAU
http://www.prensa-latina.cu/index.php?option=com_content&task=view&id=253471&Itemid=1

Bissau, 8 jan (Prensa Latina) Angola reafirmou hoje sua disposição de ajudar a Guiné Bissau no processo de reforma do sistema de defesa e segurança e no lucro da estabilidade econômica. O secretário de Estado angolano para as Relações Exteriores, Manuel Augusto, quem preside uma delegação de visita nesta capital, assegurou que se implementa o programa de cooperação técnico militar entre ambas nações, estabelecido mediante um acordo.

PORTUGAL: EMPRESÁRIOS DA REGIÃO DE LISBOA PROMOVEM MISSÕES EMPRESARIAIS A ÁFRICA
http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=29050&catogory=CPLP

A Associação Empresarial da Região de Lisboa (AERLIS) vai promover em 2011, cinco missões aos mercados africanos. As missões visam países como Moçambique, Marrocos, Cabo Verde, Angola e Tunísia, e começam no final de Março estendendo-se até Novembro. A primeira missão internacional, a Moçambique, terá lugar de 20 a 27 de Março. Segue-se, de 9 a 14 de Maio, uma visita a Marrocos e Cabo Verde será alvo de uma prospecção de oportunidades de negócio entre 26 de Junho e 1 de Julho.

BRASIL: ADOLESCENTE É ESPANCADO PELO PADRASTO AO SE ASSUMIR HOMOSSEXUAL E MÃE PERDE GUARDA
http://www.lambda.org.mz/mundo/adolescente-agredido-revelar-homossexualidade.html

Um adolescente de 16 anos, de Catanduva, SP, foi agredido violentamente por seu padrasto, Sivaldo Bispo dos Santos, quarta-feira finda dia 8/12/10, ao contar que era homossexual. A mãe, que presenciou a agressão de seu companheiro sobre seu filho, perdeu a guarda temporária do menor que foi morar com o pai. Segundo o delegado Pedro Artuzo, “A mãe deverá ser punida por não ter feito nada para defender o adolescente”.

BRASIL: PRECONCEITO NUNCA SE APRESENTA CLARAMENTE", DIZ 1º EMBAIXADOR NEGRO DO BRASIL; LEIA RELATO
http://tinyurl.com/2cb8bro

Meu pai foi agente de portaria, um contínuo (...) O preconceito nunca se apresenta claramente. No campo das relações humanas, você nota reação positiva ou negativa (...) É preciso que haja ações afirmativas (...) Eu não me beneficiei de nenhuma política. Na minha época, isso não havia. Filho de um contínuo, Benedicto Fonseca Filho, 47, foi promovido em dezembro a embaixador, o primeiro negro de carreira. E o mais jovem. Passou por Buenos Aires, Tel Aviv e Nova York. Vai chefiar o departamento de Ciência e Tecnologia. Ele declara orgulho de ser negro e filho de pais humildes que o educaram para chegar ao topo na casa mais aristocrática do país.

CABO VERDE: CABO VERDE É UM DOAS PAíSE CONTEMPLADOS NO FUNDO FRANCÊS PARA O AMBIENTE
http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=29029&catogory=Cabo%20Verde

Cabo Verde é um dos países contemplados com um financiamento do Fundo Francês para o Meio Ambiente Mundial (FFEM), de dois milhões de euros, refere uma nota divulgada pelo comité de luta contra a seca. O acordo de financiamento foi rubricado no quadro do Programa Regional de Gestão Sustentável de Terras (PRGDT), a ser implementado pelo CILSS (Comité Inter-Estado de Luta contra a Seca no Sahel) com o apoio de três parceiros técnicos e financeiros, a União Europeia (UE), o Centro de pesquisa canadense (IDRC) e o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). O Programa vai cobrir vários países das zonas de intervenção do CILSS e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), sendo que o financiamento do Fundo Francês vai englobar nove desses Estados.

COSTA DO MARFIM: SOCIEDADE CIVIL IVOIRIENSE DENUNCIA CONSFISCO DA IMPRENSA PúBLICA POR CAMPO DE LAURENT GBAGBO
http://tinyurl.com/236eu53

Organizações da sociedade civil ivoiriense denunciaram o confisco da imprensa pública com objetivos de propaganda por um único campo e defenderam o fim da difusão de mensagens de ódio e de violência por estes órgãos. No termo da sua convenção geral extraordinária organizada quarta e quinta-feiras em Abidjan, as organizações da sociedade civil indicam que, para um apaziguamento do clima político pós-eleitoral, deve ser posto termo à propangada política e à difusão de mensagens de ódio e de violência na imprensa pública.

MAURITÂNIA: MILITANTE ANTIESCLAVAGISTA CONDENADO À PRISÃO NA MAURITÂNIA
http://tinyurl.com/2fsw783

O presidente da Iniciativa para a Ressurgência do Movimento Abolicionista (IRA) na Mauritânia, Biram Ould Dah Ould Abeid, foi condenado a um ano de prisão, incluindo seis meses efetivos, pelo Tribunal Correcional de Nouakchott, soube a PANA de fontes judiciais. O militante antiesclavagista foi acusado de « violências, assaltos e agressões contra agentes da força pública » a 13 de dezembro último numa esquadra da Polícia do subúrbio de Nouakchott.

ARGÉLIA: PROTESTOS CONTRA SUBIDA DE PREÇOS FAZEM CINCO MORTOS
http://www.bissaudigital.com/noticias.php?noticia=8285

Argel – Os motins que se verificaram na Argélia nos últimos dias, em protesto contra o desemprego e subida do preço dos bens essenciais, já fez cinco mortos. A quinta vítima, Sadek Bendjedid, de 65 anos, é um motorista de táxi, que morreu no hospital, na sequência da inalação de gás lacrimogéneo nos confrontos de Annaba, na Argélia. Não se sabe se o homem participava directamente nas manifestações.

BRASIL: NOVO GOVERNO QUER CONSOLIDAR A CIDADANIA NEGRA
http://jornaldigital.com/noticias.php?noticia=24801

Brasília – A nova ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial brasileira, Luiza Helena de Bairros, afirmou que é preciso potencializar as acções governamentais para consolidar a cidadania negra. Ao ser empossada do cargo, Luiza de Bairros afirmou que as áreas de educação, saúde e segurança são as prioridades da sua pasta. «As taxas de homicídio entre os jovens negros têm crescido de forma assustadora», disse a ministra, lembrando que a Presidente Dilma Rousseff «recomendou expressamente» que se iniciasse um processo de diálogo com o Ministério da Justiça.

CABO VERDE: CARLOS VEIGA ACUSA PEDRO PIRES DE FAVORECER ESTRATÉGIA DE GBAGBO
http://www.bissaudigital.com/noticias.php?noticia=8276

Praia - O presidente do Movimento para a Democracia (MpD) Carlos Veiga, condenou o envolvimento do Presidente cabo-verdiano na missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) enquanto mediador da crise política na Costa do Marfim acusando-o de defender a estratégia de Gbagbo. O líder do maior partido da oposição cabo-verdiana disse que a continuidade do Chefe de Estado na missão «deixou de ser positiva quer para os objectivos desta, quer para a própria imagem e diplomacia de Cabo Verde no seio da CEDEAO».
CABO VERDE: JOSÉ BRITO: “UMA GUERRA NA COSTA DO MARFIM TERIA SIDO UM DESASTRE HUMANITÁRIO GRAVE”
http://www.asemana.publ.cv/spip.php?article60135&ak=1

O governo de Cabo Verde apoia “sem reservas” a mediação do presidente Pedro Pires na Costa do Marfim. Segundo o ministro José Brito, natural desse país oeste-africano, o importante nesta fase é que se conseguiu travar a “dinâmica de guerra”. Uma guerra na Costa do Marfim, garante Britô, “teria sido um desastre humanitário grave”.

GUINÉ BISSAU: MAGISTRADOS DA GUINÉ-BISSAU INICIAM NA TERÇA-FEIRA GREVE DE SEIS DIAS
http://www.noticiaslusofonas.com/view.php?load=arcview&article=29054&catogory=Guin%E9%20Bissau

Os magistrados da Guiné-Bissau vão voltar a paralisar o sector da justiça no país, com uma greve de seis dias, refere uma nota divulgada à imprensa. Segundo a nota, a greve decorre entre terça e quinta-feira, e entre os próximos dias 11, 12 e 13 de Janeiro. A paralisação foi convocada pela Associação Sindical dos Magistrados Guineenses, Sindicato dos Magistrados do Ministério Público e Sindicato Nacional dos Oficiais da Justiça.

GUINÉ-BISSAU: JURISTAS DA UNIÃO AFRICANA PREPARAM LEGISLAÇÃO SOBRE COMBATE AO TRÁFICO DE DROGA
http://jornaldigital.com/noticias.php?noticia=24849

Luanda – Juristas angolanos e moçambicanos, em representação da União Africana (UA), vão ajudar a preparar a legislação sobre o combate ao tráfico de droga na Guiné-Bissau. De acordo com o representante permanente da União Africana na Guiné-Bissau, Sebastião da Silva Isata, os juristas que serão enviados para a Guiné-Bissau, terão também a missão de assistir os seus colegas guineenses na reformulação do sistema legal nacional no quadro da anunciada reforma geral do sector de Defesa e Segurança

LíBIA: KADAFI DENUNCIA DIVISÃO DE ÁFRICA
http://www.africa21digital.com/noticia.kmf?cod=11272176&indice=0&canal=401
Tripoli - O líder líbio, Muamar Kadafi, afirmou que o continente africano permanece no impasse contra o qual advertiu o ex-Presidente do Gana, Kwame Nkrumah, desde 1963 e continuará nesta situação enquanto o continente não formar um Governo único, segundo noticia a agência Panapress. Kadafi acrescentou, durante um encontro no fim-de-semana em Tripoli com uma delegação de reis, sultãos, príncipes e sobas do Quénia, que os presságios de Nkrumah se concretizaram, pois desde 1963 África está em perdição e continua a ser colonizada, os seus recursos pilhados e as suas riquezas e matérias-primas exploradas para fazer funcionar as indústrias das antigas potências coloniais que consideram o continente como uma reserva.

SUDÃO: CONFRONTOS NA FRONTEIRA NORTE-SUL DO SUDÃO DEIXAM 23 MORTOS
http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRSPE70900O20110110

Pelo menos 23 pessoas morreram em confrontos com árabes nômades próximo à fronteira entre o norte e o sul do Sudão, disseram líderes na disputada região de Abyei nesta segunda-feira, no segundo dia do referendo de uma semana sobra a independência do sul.

TUNíSIA: PELO MENOS 23 PESSOAS MORTAS A TIRO NOS MOTINS DA TUNíSIA
http://tinyurl.com/2ce7g93

Sábado e domingo foram os dias mais violentos de uma vaga de contestação contra o desemprego que se arrasta já desde Dezembro. A oposição, reunida de emergência em Tunes, falava domingo em cerca de 20 mortos. O diário francês conseguiu recolher o nome de 23 vítimas em três cidades: Kessarine, Thala e Ragueb. Mas sublinha que o balanço pode crescer. “Consegui visitar o hospital de Kasserine. Vi muitos feridos e também mortos, mas sou incapaz de dar números”, disse ao jornal Chabari Mezi, professor e sindicalista.

/\/\//\/\/\//\/\/\//\/\/\//\/\/\//\/\/\//\/\/\//\/\/\//\/\/\//\
Fahamu – Redes para Justiça Social

http://www.fahamu.org

© A menos que indicado

_______________________________________________

Pambazuka-news-pt mailing list

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Obama elogia primeiro dia de referendo no Sudão

Milhares de eleitores participaram neste domingo no referendo sobre a emancipação do sul do Sudão. A votação permanece aberta até o dia 15 de janeiro.
A expectativa é de que a região confirme a separação do norte, criando o mais novo país do mundo.
O presidente americano, Barack Obama, elogiou o primeiro dia da votação, que ocorreu sem grandes problemas.
Ele afirmou que o processo é “um passo histórico em direção à implementação do acordo de paz”, que colocou um fim à guerra entre o norte e o sul do país em 2005.
Obama disse ainda que os EUA estão totalmente comprometidos em ajudar o possível novo Estado africano.
O Departamento de Estado divulgou uma nota elogiando o presidente sudanês, Omar al-Bashir, por seu compromisso em aceitar o resultado do referendo.
As informações são de que houve um grande comparecimento às urnas no sul do país.

Momento emocionante

Um dos primeiros a voltar foi o líder sul-sudanês Salva Kir.
"Este é um momento histórico, aguardado pelo povo do sul do Sudão", afirmou, em meio às comemorações.
A votação faz parte do acordo que terminou a guerra civil entre o norte e o sul depois de duas décadas, em 2005.
Para muitos, o voto foi um momento emocionante.
"Meu voto é pela minha mãe e pelo meu pai, meus irmãos e irmãs assassinados na guerra", afirmou Abraham Parnyang pouco antes de votar em Juba, a capital sulista.
"Também voto pelos meus futuros filhos, se Deus quiser, para que possam crescer em um Sudão do Sul que seja livre e pacífico."
Os líderes do norte do país, de maioria muçulmana, prometeram respeitar o resultado do referendo, que pode criar um país de maioria cristã ou de religiões tradicionais.
No entanto, no sábado, o presidente Omar al-Bashir advertiu sobre o risco de instabilidade no "novo" país.

'Árabes vão embora'

O eleitor Mawien Mabut, um soldado, afirmou ter visto "a guerra por dentro" e disse que é preciso "parar a guerra agora".
Ele acrescentou ainda estar feliz "porque os árabes vão embora".
O sul do Sudão tem altos níveis de analfabetismo, por isso, as cédulas eleitorais apresentam a escolha entre dois símbolos: uma mão para a independência e duas mãos dadas pela manutenção do Sudão unificado.
No sábado, o líder Kir disse que o referendo "não marca o fim da jornada, mas sim o início de uma nova".

Ataque rebelde

Em discurso ao lado do senador americano John Kerry, que participou de reuniões com ambos os lados para evitar problemas no processo eleitoral, Kir pediu "paciência" aos eleitores, caso não conseguissem votar logo no primeiro dia.
Observadores afirmaram neste domingo que o processo eleitoral parece estar transcorrendo tranquilamente e com boa organização.
No entanto, um grupo de rebeldes atacou militares sul sudaneses no sábado no Estado de Unity, rico em petróleo.
Um porta-voz militar afirmou que quatro rebeldes morreram.
A ONU confirmou ter recebido relatos de ataques na região, mas não soube informar detalhes sobre as mortes.

Sudão, um país dividido


As grandes diferenças que dividem o Sudão são visíveis até do espaço, como mostra essa imagem de satélite da Nasa. Os Estados do Norte são uma área desértica, interrompida apenas pelo fértil vale do Nilo. O Sul do Sudão é coberto por vastas áreas verdes, pântanos e florestas tropicais.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/01/110109_sudao_referendo_obama_mdb.shtml

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Coleção História Geral da África em português

8 volumes da edição completa.

Brasília: UNESCO, Secad/MEC, UFSCar, 2010.

Resumo: Publicada em oito volumes, a coleção História Geral da África está agora também disponível em português. A edição completa da coleção já foi publicada em árabe, inglês e francês; e sua versão condensada está editada em inglês, francês e em várias outras línguas, incluindo hausa, peul e swahili. Um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. A coleção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Curso de Especialização Lato Sensu em Ensino de Histórias e Culturas Africanas e Afro-Brasileira

O IFRJ Campus São Gonçalo prorrogou as inscrições até 14 de dezembro do Edital n° 89/2010 para o Curso de Especialização Lato Sensu em Ensino de Histórias e Culturas Africanas e Afro-Brasileira.

O Curso de Especialização Lato Sensu em Ensino de Histórias e Culturas Africanas e Afro-brasileira tem como finalidade contribuir para a formação continuada dos professores e profissionais ligados à educação capazes de atuar no ensino e na pesquisa com vistas à implementação de uma política educacional que reconhece a diversidade étnico-racial do país, seguindo as determinações da lei 10.639/03 que torna obrigatório o ensino das histórias e culturas africanas e afro-brasileira em todos os níveis e modalidades da educação básica.
Pretende-se também contribuir na formação de profissionais autônomos e inovadores, capazes de projetar e realizar melhorias em seus campos de atuação, de propor novas metodologias e criar novas estratégias pedagógicas para a educação das relações étnico-raciais, no intuito de reduzir a distância existente entre as realidades da produção acadêmica contemporânea e do cotidiano da sala de aula.

Características do curso
O Curso tem a duração prevista de um ano e seis meses, incluindo o tempo de elaboração da monografia, prorrogáveis, a critério do Colegiado do Curso, por mais seis meses.
A sua carga horária é de 390 horas e suas aulas serão ministradas às terças-feiras e às quintas-feiras, das 18h 30min às 22h 30min, e um sábado por mês, das 8 às 12 horas, no Campus São Gonçalo do IFRJ.

Processo seletivo e periodicidade
O curso possui uma entrada por ano, com início no 1º semestre do ano. São oferecidas 20 vagas por turma. O processo seletivo, que é regulamentado por edital específico, ocorre em três etapas: prova escrita, análise de currículo e exposição oral. Podem participar do processo seletivo os profissionais que tenham concluído um curso de graduação, preferencialmente nas áreas relacionadas à Educação.
O início das aulas está previsto para 8 de fevereiro de 2011.

Inscrições: de 08/11/2010 até 14/12/2010
Local: Rua Dr. José Augusto Pereira dos Santos, s/nº, Neves - São Gonçalo
(CIEP 436 Neusa Brizola – ao lado do DETRAN)
Horário das inscrições: das 14H ÀS 20H
Taxa de inscrição no concurso: R$ 70,00
Vagas oferecidas: 20
O curso é gratuito, sem cobrança de taxa de matrícula e mensalidades.

Edital e bibliografias disponíveis em: http://www.ifrj.edu.br/latu.php

Informações adicionais:
Telefone: (021) 2628-0099
Email: semt.csg@ifrj.edu.br

Divulgado por email.