Seja bem-vindo a esse espaço no qual se pretende multiplicar conhecimentos pertinentes ao continente africano e de sua diáspora no Novo Mundo. É reconhecida a necessidade das trocas de saberes e a socialização do conhecimento na área da História, com vistas ao desenvolvimento das atividades de ensino e pesquisa na busca da inclusão de temas que contribuam para a compreensão da multiplicidade das experiências humanas e a criticar estereótipos organicamente naturalizados.



domingo, 25 de abril de 2010

Revendo (pre) conceitos


Faltam poucos dias para a copa do mundo na República da África do Sul – uma oportunidade ímpar para conhecermos e refletirmos um pouco mais sobre o país, o continente, e nós mesmos, fugindo dos lugares comuns, tipo Safáris e coisas relativas, podemos conhecer um pouco mais sobre uma realidade que muito nos interessa e sobre a qual conhecemos tão pouco.

Um dos ícones, da RSA de hoje em dia, é Nelson Mandela – sem dúvida alguma um símbolo da luta contra o apartheid, que vem sendo retratado por inúmeros filmes – vou falar de dois deles- escapando do último e mais festejado, que é “Invictus” (2009) do diretor Clint Eastwood e estrelado pelo Matt Damon e Morgan Freeman, pela simples razão de que não o vi (maldita mania de me distanciar um pouco dos lançamentos). Mas vi recentemente dois filmes que tratam diretamente da figura do Mandela e da luta pelo fim do apartheid, que merecem ser vistos, sem dúvida alguma, e talvez confrontados de alguma forma com “Invictus”.

O primeiro filme que recomendo é “Goodbye Bafana”- “Mandela, Luta pela Liberdade (2007) do diretor dinamarquês Bille August, que dirigiu anteriormente “A Casa dos Espíritos”. Estrelado pelo Joseph Fiennes, que faz uma espécie de carcereiro branco do Mandela, escolhido por ter passado a infância na mesma região que o líder negro. Achei um filme honesto, quase que documentário, sobre o processo através do qual Mandela vai deixando de ser o “terrorista” das décadas de 60 e 70 e passa a ser o interlocutor para o governo opressor de minoria branca, sufocado pelas pressões internas e internacionais.


O segundo filme é “Endgame”- “Frente a Frente com o Inimigo” (2009), do diretor Pete Travis, que saiu da direção de TV para fazer o criativo “ Ponto de Vista” e depois este grande filme, que retrata a complicada negociação entre os brancos e o CNA pelo fim do apartheid. William Hurt faz muito bem um intelectual bôer que é chamado para a negociação e o ator inglês de ascendência nigeriana Chiwetel Ejiofor faz com brilhantismo o papel do Thabo Mbeki. O Nelson Mandela é feito pelo ator norte-americano Clarke Peters.


Há uma certa tendência em algumas pessoas, em mascarar a história, como se a luta contra o racismo, não fosse um processo ainda hoje muito presente e necessário, que de forma alguma termina com o apartheid e os filmes que apresento acima não cometem este pecado, inclusive expondo as diferenças de estratégia no próprio CNA que hoje estão mais expostas, após as eleições de Jacob Zuma e o fim do governo Mbeki.

Merecem sem dúvida alguma ser vistos, revistos, debatidos, assim como o “Invictus” ( prometo ver logo) e para quem gosta de algo mais denso e subjetivo ( sem o Mandela) na discussão sobre o racismo na RSA vale a pena dar uma boa olhada em “Disgrace”- Desonra (2008) do diretor Steve Jacobs, baseado em romance do sul-africano J.M. Coetze, com o John Malkovich matando a pau – um filme pra quebrar a cabeça!

Abraços!

Por: Ricardo de Menezes Méier

2 comentários:

  1. Ana, conforme conversamos anteriormente, não
    tinha lido o artigo da Africa do Sul, fato que
    acabei de fazer e adorar, é inteligente,informativo e o principal NÃO É CHATO!, vou pesquisar estes filmes na web.bjos Margareth.

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  2. Estou muito contente por estar atingindo os objetivos prospostos aqui no blog. Agradeço a sua participação e espero contar mais vezes com a sua visita. Bjs

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