Seja bem-vindo a esse espaço no qual se pretende multiplicar conhecimentos pertinentes ao continente africano e de sua diáspora no Novo Mundo. É reconhecida a necessidade das trocas de saberes e a socialização do conhecimento na área da História, com vistas ao desenvolvimento das atividades de ensino e pesquisa na busca da inclusão de temas que contribuam para a compreensão da multiplicidade das experiências humanas e a criticar estereótipos organicamente naturalizados.



quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O 20 de novembro e o Movimento Negro no Brasil - Luciana Figueiredo

"Ter consciência negra significa compreender que a luta contra o racismo é longa e árdua, mas que nela devemos depositar a máxima energia possível, para que as futuras gerações de negros possam viver livres das humilhações que marcaram a vida de nossos antepassados e marcam as nossas hoje". (Nilma Bentes)

O dia 20 de novembro foi instituído pela Lei nº 10.639 de 2003 como Dia Nacional da Consciência Negra. A data foi escolhida por ser aniversário da morte de Zumbi dos Palmares. A comemoração da data nas escolas é de fundamental importância dentro da temática de História e Cultura Afro-Brasileira. Neste texto, porém o objetivo é percorrer o caminho trilhado pelo Movimento Negro Brasileiro até a consolidação da data. Damos destaque a quatro momentos importantes do movimento negro que deram visibilidade a essa causa, são eles: o Grupo Palmares, o Movimento Negro Unificado, o Memorial Zumbi e a Marcha Zumbi dos Palmares.

Grupo Palmares

A idéia de comemoração surgiu com o Grupo Palmares de Porto Alegre em 1971. O nome do grupo foi dado de início porque esses jovens negros já reconheciam Palmares como “ a parte mais importante da história do negro no Brasil” (SILVEIRA, apud Alberti; Pereira, 2007. p. 134). Esse grupo de negros reunia-se periodicamente e buscava uma alternativa ao 13 de maio, dia da Abolição da Escravatura. Uma influência da época foi o fascículo Zumbi, o número 6 da série Grandes Personagens da Nossa História, da Abril Cultural, datado de 1969.
“Essa publicação fortaleceu no freqüentador Oliveira Silveira a idéia de que Palmares fosse a passagem mais marcante na história do negro no Brasil. Um século de liberdade e luta contra o escravismo imposto pelo poder colonial português era coisa muito significativa e animadora. E lá estava o dia 20 de novembro de 1695, data da morte heróica de Zumbi, último rei e líder dos Palmares, marco assinalando também o final objetivo do Estado e país negro” (SILVEIRA, 2003, p.25).
A primeira reunião data de 20 de julho de1971, o objetivo era formar “um grupo cultural com espaço para estudos e para as artes, notadamente literatura e teatro” (SILVEIRA, 2003, p. 25). Este grupo programou homenagens a Luiz Gama e José do Patrocínio, além de Zumbi dos Palmares. De acordo com Silveira
“parece lícito dizer que estava delineada uma precária, mas deliberada ação política no sentido de apresentar, à comunidade negra e à sociedade em geral, alternativas de datas, fatos e nomes, em contestação ao oficialismo do 13 de maio, abolição formal da escravatura, princesa dona Isabel”. (p. 27)
A homenagem a Zumbi ocorreu no dia 20 de novembro de 1971 e foi o primeiro evento comemorativo referente a Zumbi dos Palmares.
“No evento, dia 20, usando técnica escolar, os participantes do
grupo se espalharam no círculo, entre a assistência, e contaram a história de Palmares e seus quilombos com base nos estudos feitos, defendendo a opção pelo 20 de novembro, mais significativo e afirmativo na confrontação com o treze de maio.” (p. 28).
De 1972 a 1977, outros eventos foram realizados em comemoração ao 20 de novembro. De acordo com Silveira, essa primeira fase do Grupo Palmares encerra-se em 1978. O dia 20 de novembro, porém, já havia sido assimilado e incorporado a luta do movimento negro.
Em 1974 o Grupo Palmares publicou um artigo no Jornal do Brasil sugerindo “que o dia 20 de novembro, lembrando o assassinato de Zumbi e a queda do Quilombo dos Palmares, passasse a ser comemorado como data nacional, contrapondo-se ao 13 de maio. Argumentava que a lembrança de um acontecimento em todos os sentidos dignificante da capacidade de resistência dos antepassados traria uma identificação mais positiva do que a Abolição da Escravatura, até então vista como uma dádiva de cima pra baixo, do sistema escravista e de sua Alteza Imperial”. (NASCIMENTO, 2008. p. 89)

Movimento Negro Unificado


O Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial realizou o seu primeiro ato público em 7 de julho de 1978. Essa primeira manifestação reuniu cerca de 20 mil pessoas nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo.
O nome foi posteriormente simplificado para Movimento Negro Unificado (MNU) e foi resultado da reunião de vários grupos em resposta a situações de discriminação racial ocorridas em São Paulo. Sob a influência do movimento negro norte-americano e das lutas de libertação africanas, este movimento se caracterizou por um embate mais direto, realizando atos públicos e elaborando panfletos reivindicatórios. De acordo com Barbosa
“o MNU, fortalecendo a proposta do início da década de setenta, do Grupo Palmares de Porto Alegre, decidiu na Assembléia Nacional do MNU, em Salvador – BA, no dia 4 de novembro de l978, transformar o 20 de Novembro, no DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA, data da morte de Zumbi, um dos principais comandantes do Quilombo dos Palmares, um exemplo de luta e dignidade para os negros e todos os brasileiros”.
O dia 13 de maio, até então data comemorativa da Abolição foi transformado em Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo.
Disputas internas enfraqueceram o movimento que, mesmo assim, continou existindo e ainda influenciou a criação de diversas organizações regionais do movimento negro.

Memorial Zumbi

Na década de 1980 surgiu o Memorial Zumbi “organização que reunia inúmeras entidades do movimento negro no esforço coletivo de recuperar [...] as terras da Serra da Barriga, local da República dos Palmares.” (NASCIMENTO, 2008. p. 156)

O Memorial surgiu a partir da iniciativa de criação do Parque Nacional Zumbi dos Palmares no local onde existiu o Quilombo dos Palmares em Alagoas. Integrantes do movimento negro, entre eles Abdias do Nascimento, Lélia Gonzales e Joel Rufino dos Santos, foram convidados a opinar, então o Parque, que inicialmente serviria somente como um projeto turístico, passou a ter um caráter histórico e cultural muito mais amplo contando inclusive com a participação ativa da comunidade negra.
A década de 1980 foi de conquistas do Movimento Negro:
“O Memorial Zumbi representava um novo momento na articulação do movimento afro-brasileiro, para além do âmbito de suas organizações locais ou regionais, em torno de uma proposta que reunia todas elas: o reconhecimento da memória de Zumbi dos Palmares como expressão nacional de luta pelos ideais de igualdade, democracia, liberdade e fraternidade tão caros à consciência cívica. A unanimidade em torno da figura de Zumbi e sua significação simbólica se tornaria um marco fundamental da luta do movimento negro nessa época. A vitória se consolidava progressivamente, e o dia 20 de novembro, aniversário do assassinato de Zumbi, foi definido como Dia Nacional da Consciência Negra. Em vários estados e municípios, a data passou a ser comemorada como feriado” (NASCIMENTO, 2008. p. 156).
Nessa época começou a tomar forma propostas de políticas públicas para afro-descendentes, que só se consolidaram na década de 1990 com a criação de órgãos de assessoria de governo em diversos estados.

Marcha Zumbi dos Palmares


Fernando Cruz/Em Tempo – Acervo CSBH

A marcha foi realizada em 20 de novembro de 1995 com o objetivo de comemorar os 300 anos da morte de Zumbi. Essa marcha - idealizada pelo militante do movimento negro Edson Cardoso - com destino a Brasília reuniu integrantes do movimento negro, do movimento de mulheres negras, de sindicatos e comunidades negras rurais.
Os ativistas entregaram ao então Presidente Fernando Henrique Cardoso um documento contendo várias proposições e, no mesmo dia, foi criado o Grupo de Trabalho Interministerial para Valorização da População Negra.
"Acho que, depois do centenário da Abolição, das marchas que fizemos por conta do centenário, a Marcha Zumbi dos Palmares pela Cidadania e a Vida, de 1995, foi o fato político mais importante do movimento negro contemporâneo. Acho que foi um momento também emblemático, em que nós voltamos para as ruas com uma agenda crítica muito grande e com palavras de ordem muito precisas que expressavam a nossa reinvindicação de políticas públicas que fossem capazes de alterar as condições de vida de nossa gente. Foi um processo rico, extraordinário. Eu fiz parte da coordenação executiva da Marcha naquela oportunidade, e a executiva foi recebida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Naquele ato, ele assinou o decreto de criação do Grupo de Trabalho Interministerial para pensar políticas públicas para a população negra. Dali surgiram, digamos, as iniciativas que o governo Fernando Henrique acabou tendo em relação à temática racial, que resultaram em políticas de cotas para alguns ministérios e tudo o mais." (CARNEIRO, apud PEREIRA. p. 238)

Considerações finais

O Dia Nacional da Consciência Negra surgiu como forma de auto-afirmação dos negros brasileiros. Lembrar o caminho traçado pelos militantes do Movimento Negro em favor da comemoração do dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra é uma forma de valorizar a nossa história. Se hoje, pouco a pouco, a nossa cor se faz presente em propagandas, se discutimos políticas de ação afirmativa e temos, ainda que incipiente, o Estatuto da Igualdade Racial, tudo isso é resultado de uma luta que vem de longe e se materializa aos poucos em nossa sociedade.

Referências

ALBERTI, Verena; PEREIRA, Amilcar Araujo (Orgs.). História do movimento negro no Brasil: depoimentos ao CPDOC. Rio de Janeiro: Pallas, CPDOC-FGV, 2007.

BARBOSA, Milton. Movimento Negro Unificado: 27 anos de luta. Disponível em: http://www.tribunalpopular.org/?q=node/163

DOMINGUES, Petrônio. Movimento negro brasileiro: alguns apontamentos históricos. Revista Tempo, v. 12, n. 23. p. 100-122. Disponível em: http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/1670/167013398007.pdf

NASCIMENTO, Beatriz. O conceito de quilombo e a resistência afro-brasileira. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin. Cultura em movimento: matrizes africanas e ativismo negro no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2008. p. 71-91.

NASCIMENTO, Elisa Larkin. O movimento social afro-brasileiro no século XX: um esboço sucinto. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin. Cultura em movimento: matrizes africanas e ativismo negro no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2008. p. 93-178.

PEREIRA, Amilcar Araujo. O mundo negro: a construção do movimento negro contemporâneo no Brasil (1970-1995). Tese (Doutorado)- Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2010.

SILVEIRA, Oliveira. Vinte de novembro: história e conteúdo. In: SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves e; SILVÉRIO, Valter Roberto (Orgs.). Educação e ações afirmativas: entre a injustiça simbólica e a injustiça econômica. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2003. p. 21-42. Disponível em: http://www.acaoeducativa.org.br/downloads/educaacoes_afirmativas.pdf

Sites

http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/consciencianegra/home.html

http://www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_consciencia_negra.htm

http://www.planalto.gov.br/seppir/20_novembro/apres.htm

terça-feira, 16 de novembro de 2010

3º Festival do Filme de Pesquisa: cultura, diáspora e cidadania

Brasil: A consciência negra - Alexandre Braga

A cada ano, no dia 20 de novembro, o Brasil celebra, comemora, protesta e entra definitivamente na sua conscientização negroide, isso quer dizer, celebramos o dia da consciência negra. Alexandre Braga, ativista do movimento, vem contribuir com um texto sobre tal assunto. Esse fato venceu as teses morenistas, que pregavam que seríamos uma nação atrasada por causa da nossa herança africana ou porque uma possível ascendência negra iria nos envergonhar. Todo esse repertório falacioso perdeu força e caiu no desgosto da população, apesar de se passarem tantos anos de exclusão étnica.
Continue lendo em: http://www.pambazuka.org/pt/category/racism/68769

Brasil 2011: Estado festejará ano internacional dos afrodescendentes distribuindo livro racista nas escolas - Eliane Cavalleiro

No dia 20 de novembro, Brasil celebra o dia da consciência negra e este mês sempre é marcado por uma série de debates em torno do tema. Porém, neste ano de 2010, um assunto bastante polêmico vem tomando as páginas das criticas nos veículos de comunicação: a distribuição nas escolas de todo país de um livro de um autor clássico, o Monteiro Lobato, que perpetua aquelas imagens estereotipadas da mulher negra na sociedade brasileira. Em protesto, importantes intelectuais brasileiras,como a Dra. Eliane Cavalleiro, vem debatendo e discutindo em público sobre o absurdo de o governo brasileiro e o ministério da Educação permitir a disseminação do conteúdo de tal livro. Este artigo de Eliane aprofunda a questão para que se aumente a consciência política no país acerca do assunto. Admiramos mesmo é Luiz Gama!
Continue lendo em: http://www.pambazuka.org/pt/category/comment/68727

domingo, 14 de novembro de 2010

Lançamento da Revista Acervo

A proposta é promover um debate com alguns dos articulistas que colaboraram com essa publicação e uma reflexão nos campos da arte, do ativismo político e da religião.

A trajetória de negras e negros, coletiva ou individual, na luta pelo pleno respeito e reconhecimento às suas contribuições materiais e imateriais, definidoras de essências do povo brasileiro, por condições de igualdade na sociedade e pela criação de ações afirmativas em busca de políticas públicas voltadas para os direitos humanos e a valorização da diversidade, serão perspectivas de discussão da mesa-redonda, que também perpassam os artigos que compõem a Acervo O negro na sociedade contemporânea.

Arquivo Nacional - Auditório
Praça da República, 173 - Centro - Rio de Janeiro/RJ

Entrada franca

Programação - 17 NOVEMBRO

14:00horas - Mesa-Redonda "O Negro na sociedade contemporânea"

Coordenação: Carla Lopes

Palestrantes

Roberto Conduru / Professor de História e Teoria da Arte na Uerj / Pró-cientista Uerj/Faperj / pesquisador CNPq / Presidente do Comitê Brasileiro de História da Arte,

Elisa Larkin / Doutora em psicologia-USP/ Mestre em direito e em ciências sociais - Universidade do Estado de Nova Iorque / Co-fundadora e atual diretora presidente do IPEAFRO (Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros)

José Flávio Pessoa de Barros / Doutor em Antropologia - USP / Pós-doutor em Antropologia - Universidade de Paris V / Professor adjunto aposentado da UERJ e da UFRJ.

Gilberto Palmares / Deputado estadual no Rio de Janeiro / coordenador da Escola do Legislativo do Estado do Rio de Janeiro / Presidente da Comissão Especial 120 anos da Abolição da Escravatura

Angélica Basthi / Escritora e jornalista / Mestre em Comunicação e Cultura - UFRJ / Pós-graduada em História da África e Gestão em Direitos Humanos - Universidade Cândido Mendes.

17:00 horas - Apresentação de filmes do acervo do CULTNE - Acervo Digital de Cultura Negra Brasileira

18:00horas - Lançamento da Revista Acervo

19:30horas - Apresentação do Coral de Cânticos Sagrados Africanos Iyun Asè Orin

Fonte: Arquivo Nacional

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Diretoria do Centro Cultural José Bonifácio quer mudança de nome

Considerado o espaço mais importante da cultura afro-brasileira, o Centro Cultural José Bonifácio, localizado numa das primeiras escolas públicas da América Latina, solicitado por D. Pedro II, que ganhou doações para fazer monumentos após a guerra do Paraguai, é tão cheio de histórias e projetos.
Teve como origem o projeto ZUMBI, que existia na Secretaria de Cultura, com o objetivo de levar para as escolas a contribuição do negro no Estado brasileiro. Somente, por volta dos anos de 1986 / 87, esse projeto tomou corpo e logo se via a necessidade de ter um espaço próprio. Foi nessa época que resolveram criar o centro, aproveitando a oportunidade em que o espaço da escola pública fechada desde a década de 70, numa decadência de abandono e ruína, fosse hoje o Centro Cultural José Bonifácio.
De acordo com o gestor do centro cultural, Amaury Oliveira da Silva, o maior erro foi manter o nome José Bonifácio nesse projeto. Pois, atualmente, o grande desafio deste
centro cultural é a mudança de nome e transformar o centro em referência, como centro de documentação e memória, efetivamente em centro de referência da cultura negra.
Mudança de nome porque o Patriarca da Independência, José Bonifácio, que lutou contra a abolição, porém, no sentido de desenvolvimento do país pregava o embranquecimento da
sociedade brasileira através da vinda dos europeus para a mão de obra qualificada. Ele defendia a teoria racista que, naquela época, dizia que o negro não tinha alma e nem
raciocínio. Ou seja, quando Bonifácio incentivava a trazer essa mão de obra européia era no sentido do embranquecimento da etnia. “Dentro da perspectiva de que o negro era quase um animal irracional não faz sentido, hoje, manter o nome José Bonifácio dentro de um centro cultural de referência da cultura negra”, observa Amaury. Por isso, será criada uma comissão, na qual escolherão pessoas ligadas à academia, religiosidade e o saber da cultura, para propor como substituição do nome deste centro.
O centro cultural José Bonifácio tem como objetivo trabalhar dentro da cultura brasileira de matriz africana. Entretanto, há um projeto ainda a ser realizado, na criação de uma lei, que coloca no currículo escolar a importância da contribuição negra na formação do Estado brasileiro. Com isso, haverá um curso de história da África voltado, em geral, para o público e também professores que terão informações necessárias para aplicar no dia-a-dia nas salas de aula.
Nele são oferecidos, gratuitamente, oficinas, entre elas dança afro-brasileira, capoeira angolana e regional, caratê, dança de salão para terceira idade, dança do ventre, oficina artesanato com material de reciclagem, bijuterias, cursos de teatro, escola de música erudita que ensina violino e violão, canto coral e outras. Além disso, a partir de outubro, terá dança de ritmo afro-latina, cursos de desenhos técnicos e, através de algumas parcerias com a Associação de Mulheres Empreendedoras do Brasil e a Ação Comunitária do Brasil do Rio de Janeiro, o centro oferecerá também cursos de almoxarifado e auxiliar de escritório, aulas de percussão, reparos instrumentais e chapelaria para pessoas acima de 16 anos.
No meio de tantos projetos, desafios e objetivos, o centro, situado em um lindíssimo prédio com fachadas de pedras colocadas pelas mãos dos escravos do Brasil Colonial e que possui tombamento histórico reconhecido, deveria ser mais valorizado pelos órgãos competentes, que poderiam restaurar o prédio de forma merecida.
Contudo, os moradores ao redor do José Bonifácio que queiram participar desses projetos, é só comparecer ao centro, aberto todos os dias da semana, com uma foto 3x4,
comprovante de residência e identidade. E para as pessoas que gostariam de conhecer e saber um pouco mais da cultura afro-brasileira, basta agendar uma visita com antecedência para ter o privilegio de uma visita guiada por um dos funcionários que lá trabalham.
Telefone para contato: 2233-7754 ou através do e-mail: ccjbonifacio@pcrj.rj.gov.br.
O Centro Cultural José Bonifácio fica localizado na Rua Pedro Ernesto, 80 – Gamboa.

Fonte: http://www.jornalfolhadocentro.com.br/index4.php?edicao=169&pagina=3&id_noticia=505

IV Encontro de Cinema Negro Brasil

Programação

08 DE NOVEMBRO

CINE ODEON BR

17h
Mesa de Abertura

18h30
O Papel e o Mar - 15’
Luiz Antonio Pillar

Broder - 93’
Jeferson Dê (SP)

09 DE NOVEMBRO

CINE ODEON BR

14h
Mumbi - 7’
Viviane Ferreira (SP)

Black in Berlin - 13’
Sabrina Fidalgo (RJ)

Copa Vidigal - 75’
Luciano Vidigal (RJ)

16h
Cada fio uma história - 7’
Estimativa (RJ)

Milton Meia Dúzia - 12’
Paulinho Sacramento (RJ)

Noitada de Samba - 75’
Cely Leal

ARMAZÉM 6 - Cais do Porto

18h30
Lançamento do Projeto do DVD Memória dos Destaques em curta metragem dos Encontros de Cinema 2007, 2008, 2009 e 2010.

19h30 - Clássicos
Alma no Olho - 11’
Zózimo Bulbul

Retrato em branco e preto - 15’
Joel Zito Araújo

O Papel e o Mar - 15’
Antonio Pillar

Choro e Ladainha - 15’
Antonio Pompeo

Carolina - 14’
Jeferson Dê

Condição Humana - 14‘
Flavio Leandro

20h30 - Novos Realizadores
Mumbi - 7’
Viviane Ferreira (SP)

Rap de Saia - 18’
Janaina Oliveira

Neguinho e kika - 18‘
Luciano Vidigal (RJ)

Milton Meia Dúzia - 12’
Paulinho Sacramento (RJ)

Se todos fossem iguais - 17’
Fernando Barcellos (RJ)

Santas Ervas - 17’
Lincoln Santos

Ilha do rato - 18’
Joselito Crispim (BA)

22h
Festa

OI FUTURO em Ipanema

14h
Anba Fey - 19'
Domenique Duport (Guadalupe)

La Vie Revee de Sarah - 27’
Giscard Bouchette (Haiti)

El viaje más largo - 25’
Rigoberto Lopez (Cuba)
Com a presença diretor Rigoberto Lopez

16h
Mujer - 4’
Jean Jean (Haiti)

Tête Gréné - 86’
Christian Grandman (Guadalupe)
Presença do diretor Christian Grandman

10 DE NOVEMBRO

CINE ODEON BR

10h - Seminário SENEGAL
. A importância da União dos países africanos
. Senegal - 50 anos de independência
. A importância do renascimento africano

Sr. Abdou Salam Sall
Sr. Iba Der Thiam
Sr. Ndawear Touré
Sr. Amadou Lamine Faye
Sr. Mame Biram Diouf
Madiagne Diallo
Ousmane William Mbaye
Mansour Sora Wade
Mama Keita
Léandre Alain Backer
Zózimo Bulbul

14h
Mère-Bi, La Mère - 55’
Ousmane William Mbaye

Dieu a-t-il Quitter L’Afrique? - 52’
Musa Kala Dieng (Senegal)

16h
Ramata - 84’
Léandre Alain Backer (Senegal)

18h
Estreia de Renascimento Africano - 51’
Zózimo Bulbul (RJ)

19h
L’Absence - 84’
Mama Keita (Senegal)

21h
Un homme qui crie - 92’
Mahamat-Saleh Haroun (Chade)

CENTRO CULTURAL JUSTIÇA FEDERAL

14h
ASWAD - Diáspora Africana - 72’
Júlio Tavares
Debate com o cineasta após a sessão

18h30
Oficina de Roteiro com Antonio Molina
Participação: Julio Tavares

OI FUTURO em Ipanema

14h
Abuona - 85’
Mahamat – Seleh Haroun (Chade)
Após a sessão, debate com o cineasta

16h
Daratt - 95'
Mahamat–Saleh Haroun (Chade)
Com a presença do cineasta

11 DE NOVEMBRO

CINE ODEON BR

10h - Seminário AS VÁRIAS ÁFRICAS
. 50 anos de independência da Costa do Marfim
. A libertação de Cabo Verde
. Literatura, cinema e a importância dos roteiros

Idriss Diabate - Costa do Marfim
Guenny Pires - Cabo Verde
Mahamat Seleh Haroun - Chade

13h
Le Raccourci Vers Le Soleil - 60’
Idriss Diabate (Costa do Marfin)

Wole Soyinka - 52’
Akin Omotoso (África do Sul/Nigéria)

15h30
Pour le meilleur et pour l'oignon - 52’
Sani Elhaj Magor (Nigéria)

Contrato - 77’
Guenny Pires (Cabo Verde)

17h30
Le Monologue de la Muette - 45’
Khady Sylla (Senegal)

Saint Louis Blues (Un Transport en commun) - 48’
Dyana Gaye (Senegal)

19h
Alfa Blond - 90’
Antoinette Delafin-Cissé (Costa do Marfim)

21h
Daratt - 95'
Mahamat–Saleh Haroun (Chade)

CENTRO CULTURALJUSTIÇA FEDERAL

14h30
Le Raccouri Vers Le Soleil - 60’
Idriss Diabate

Wole Soyinka - 52’
Akin Omotoso (África do Sul)
Debate com o cineasta Idriss Diabate

OI FUTURO em Ipanema

14h
Mumbi - 7'
Viviane Ferreira (SP)

Renascimento Africano - 53’
Zózimo Bulbul (RJ)

15h
Debate com cineastas
Zózimo Bulbul
Mansour Sora Wade
Madiagne Diallo

16h30
Oficina de roteiro com
Antonio Molina e Zózimo Bulbul

12 DE NOVEMBRO

CINE ODEON BR

10h - Seminário CARIBE
. O Festival Itinerante do Caribe e seus processos
. A Importância do Cinema na Reconstrução do Haiti

Rigoberto Lopez - Cuba
Christian Grandman - Guadalupe

14h
Anba Fey - 19’
Domenique Duport (Guadalupe)

20 anos - 20’
Bárbaro J. Ortiz (Cuba)

Uma Misma Raza - 20’
José Luis Neyra (Cuba)

El viaje más largo - 25’
Rigoberto Lopez (Cuba)

La Vie Rêvée de Sarah - 27’
Giscard Bouchette (Haiti/Fran)

16h
Cousines - 106’
Richard Senecal (Haiti)

18h
Mujer - 4’
Jean Jean (Haiti)

Tête Gréné - 86’
Christian Grandman (Guadalupe)

20h
Ramata - 84’
Léandre Alain Backer (Senegal)

OI FUTURO em Ipanema

14h
Cada Fio Uma História - 7’
Estimativa (RJ)

Bróder - 100’
Jeferson De (SP)
Debate com o cineasta

16h30
Oficina de roteiro com Antonio Molina e Jeferson De

ESPAÇO TOM JOBIM

13h
Mumbi - 7’
Viviane Ferreira (SP)

Renascimento Africano - 53‘
Zózimo Bulbul (RJ)

14h
Milton Meia Dúzia - 12’
Paulinho Sacramento (RJ)

Wole Soyinka - 52’
Akin Omotoso (África do Sul)

15h
Black in Berlin - 13’
Sabrina Fidalgo (RJ)

Ramata - 84’
Léandre Alain Backer (Senegal)

ALERJ

17h30
Palestra/Reparação, Título de
Cidadão Carioca. (Presença do Senegal)

13 DE NOVEMBRO

CINE ODEON BR

10h - Seminário JOVENS BRASILEIROS
. Novos Realizadores
. Novas Mídias e Novos Roteiros
. As Mulheres da Nova Geração do Cinema

Viviane Ferreira (SP)
Sabrina Fidalgo (RJ/Berlim)
Luciano Vidigal (RJ)
Jana Guinond - Estimativa (RJ)
Janaina Oliveira (RJ)

14h
Cada fio uma história - 7’
Jana Guinond e Nina Silva (RJ)

O Que Você Tem na Cabeça? - 19‘
Carlos Maia

Na Real - 5’
Luana Paschoa e Amanda Faustino (RJ)

Amanhecer - 15’
Mariana Campos (RJ)

Black in Berlin - 13’
Sabrina Fidalgo (RJ)

Mumbi - 7’
Viviane Ferreira

A Metralhadora de Selarón - 18‘
Paulinho Sacramento (RJ)

16h
Deus lhe pague - 17’
Miriam Juvino (RJ)

O trem do vale - 37’
Sávio Tarso (MG)

Várzea - 39’
Akins Kinte (SP)

18h
Milton Meia Dúzia - 12’
Paulinho Sacramento

Copa Vidigal - 75’
Luciano Vidigal (RJ)

20h
O Papel e o Mar - 15’
Luiz Antonio Pillar (RJ)

A Metralhadora de Selarón - 18’
Paulinho Sacramento (RJ)

CENTRO CULTURAL JUSTIÇA FEDERAL

14h
Pensando em Cheikh Anta Diop | 26’
Zózimo Bulbul (RJ)

Renascimento Africano - 53'
Zózimo Bulbul
Debate com o cineasta Zózimo Bulbul e o Professor Madiagne Diallo

18h30
Oficina de roteiro com Antonio Molina
e Antonio Pillar

OI FUTURO em Ipanema

14h
Saint Louis Blues (Un Transport en commun) - 48’
Dyana Gaye (Senegal)

16h
Alfa Blond - 90’
Antoinette Delafin-Cissé (Costa do Marfim)

14 DE NOVEMBRO

CINE ODEON BR

14h
Comportamento Humano - 12’
Flávio Leandro (RJ)

Luto como Mãe - 70’
Luis Carlos Nascimento (RJ)

16h
Pedra do Sal - 12’
Juliana Chagas (RJ)

Guerreiro do Samba - 15’
Jocemir Ferreira (RJ)

Chama Imperiana - 19’
Paulinho Sacramento (RJ)

18h
Retrato em branco e preto - 15’
Joel Zito Araújo (RJ)

Noitada de Samba - 75’
Cely Leal (BA)

RODA DE SAMBA

OI FUTURO em Ipanema

14h
Mumbi - 7’
Viviane Ferreira (SP)

Rap de Saia - 18’
Janaina Oliveira (RJ)

Neguinho e kika - 18‘
Luciano Vidigal (RJ)

Milton Meia Dúzia - 12’
Paulinho Sacramento (RJ)

Se todos fossem iguais - 17’
Fernando Barcellos (RJ)

Santas Ervas - 17’
Lincoln Santos (RJ)

Ilha do rato - 18’
Joselito Crispim (BA)

Fonte: http://www.afrocariocadecinema.org.br/

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O ensino das Literaturas Africanas e Afro-Brasileira e os desafios à práxis educacional e à promoção humana na contemporaneidade

Discorreremos neste texto, ainda que brevemente, sobre
implicações diversas que a colonização portuguesa legou, sobretudo ao
Brasil, e algumas de suas injunções à África em termos literários, bem
como o surgimento de uma literatura híbrida e centrada, através de
forte viés histórico, em fatos oriundos da colonização de negros
africanos. Por isso, se associarmos a perspectiva de entrecruzamento
proposta por Saramago a uma visão sobre a realidade cultural
brasileira, baseada também num tripé constituído por brancos, negros e
índios, perceberemos um descompasso que tem feito com que os últimos
ocupem uma posição notadamente desprestigiada em relação à hegemonia
branca.
Ler em: Buala

O desenvolvimento da educação, só pode ser feito através das suas línguas - professor Armindo Ngunga

Armindo Ngunga, é professor catedrático da Universidade Eduardo
Mondlane e director do Centro de Estudos Africanos desta Universidade,
o Semanário manteve esta conversa a margem do terceiro Atelier de
pesquisa para ciências sociais, realizado em Maputo, numa iniciativa
do CORDESRIA e do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo
Mondlaie, aquele académico abordou a questão do desenvolvimento da
investigação cientifica em Moçambique, do facto da UEM, mais uma vez
constar no raking das cem melhores Universidades de África, da
valorização dos quadros Moçambicanos, e do desenvolvimento da
linguística.
Ler entrevista em: http://tinyurl.com/26h5f6z

BacktoBlack ou BacktoWhite Supremacy? - Marcio Andre

Em sua segunda edição, o BacktoBlack - B2B reuniu uma série de bons músicos negros de estilos tão variados quanto o kora, o r&b, o pop e o blues, sem contar o melhor da música negra brasileira. Parabenizo totalmente a qualidade da produção técnica do evento: exposição de imagens de jovens negros em tamanho gigante, espaço para a exposição de peças e produtos de instituições sociais diversas, inclusive instituições negras. Os patrocinadores do evento (Oi Futuro, Fundação Cultural Palmares, Petrobras, etc) também contavam com stands dentro de um trem especialmente adaptado para tal. Do ponto de vista do quesito qualidade técnica não há o que reclamar, penso.
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